Fui criança, menino apaixonado
Pelos olhos mais lindos de minha Rua!
Ora, pois! Eu queria ser a lua,
Mas no amor não gerava um só olhado.
Lembro que nos folguedos do passado,
Por eu ser tão franzino e pequeno,
Nunca fui um retrato de moreno,
Muito menos polícia ou capitão,
Nem tão pouco fui rei, nem fui ladrão;
Era apenas um pobre no sereno...
Hoje em dia, pra amar e ser amado
Sou moreno, careca e cabeludo
Sou galego, ladrão; sou rei, sou tudo;
Desde que eu esteja do seu lado!
Junto a ti sou um arame farpado
Protegendo a divina criação
Sou toró despencando no sertão
Sou um beijo no escuro, bem roubado,
Sou bilhete de amor improvisado
Viajando no bar de mão em mão!
João Pessoa, 23/04/2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Amarração
(Pois na briga do mar com a praia, quem se lasca é o caranguejo)
Tempo traz tempo e chuva traz vento;
Tudo na vida quer tempo e medida;
Antes cautela que arrependimento;
Coisa cedida, ou tá podre ou moída.
Primeira pancada é que mata a cobra,
Aconselha a raposa e morre a galinha,
Banana madura não fica no cacho,
Agulha sem fundo não arrasta linha.
De boa intenção o inferno está cheio,
No ano inteiro enriquece o banqueiro,
Asno que tem fome a manjedoura come,
Já dos descuidados comem os rendeiros.
Tolo é o cão que acha osso e não rói;
Contra esperteza, esperteza e meia;
Cave o poço antes de sentir sede
E só divida a esposa alheia.
Irmão de barqueiro não paga a passagem,
Visita e pescada em três dias enfada,
O Leite da vaca não mata o bezerro,
Cajueiro doce é que leva pedrada.
Bem mais vale sê-lo do que parecê-lo,
Mais vale ter graça que ser engraçado,
Janelas fechadas são olhos de cego
E livros fechados não fazem letrados.
Formiga e babão tem em todo lugar,
Na necessidade se prova a amizade ,
Na seda mais fina é que a mancha se apega,
Nem toda mentira acoberta a verdade.
Melhor ser fanhoso a não ter o nariz,
Nunca se esqueça de desconfiar,
O carro não anda adiante dos bois
E o jogo só finda ao juiz apitar!
João Pessoa, 21/04/2009.
Tempo traz tempo e chuva traz vento;
Tudo na vida quer tempo e medida;
Antes cautela que arrependimento;
Coisa cedida, ou tá podre ou moída.
Primeira pancada é que mata a cobra,
Aconselha a raposa e morre a galinha,
Banana madura não fica no cacho,
Agulha sem fundo não arrasta linha.
De boa intenção o inferno está cheio,
No ano inteiro enriquece o banqueiro,
Asno que tem fome a manjedoura come,
Já dos descuidados comem os rendeiros.
Tolo é o cão que acha osso e não rói;
Contra esperteza, esperteza e meia;
Cave o poço antes de sentir sede
E só divida a esposa alheia.
Irmão de barqueiro não paga a passagem,
Visita e pescada em três dias enfada,
O Leite da vaca não mata o bezerro,
Cajueiro doce é que leva pedrada.
Bem mais vale sê-lo do que parecê-lo,
Mais vale ter graça que ser engraçado,
Janelas fechadas são olhos de cego
E livros fechados não fazem letrados.
Formiga e babão tem em todo lugar,
Na necessidade se prova a amizade ,
Na seda mais fina é que a mancha se apega,
Nem toda mentira acoberta a verdade.
Melhor ser fanhoso a não ter o nariz,
Nunca se esqueça de desconfiar,
O carro não anda adiante dos bois
E o jogo só finda ao juiz apitar!
João Pessoa, 21/04/2009.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Chinelo de Couro
Nas tiras de couro da minha chinela
Calcei a saudade da bela morena
E em cada passada recordo à pequena
Sorrindo a tornar minha vida mais bela
Calcei a saudade no couro castanho
Da onça menina da cor do pecado
Da onça mulher de trejeito risonho
Da onça marrom d’olhar esverdeado
Do couro da bela retirei as tiras
Que prendem meus pés nessa velha chinela
Matei minha onça num tiro sem mira
E ando morrendo de saudade dela
João Pessoa, 17/04/2009
Calcei a saudade da bela morena
E em cada passada recordo à pequena
Sorrindo a tornar minha vida mais bela
Calcei a saudade no couro castanho
Da onça menina da cor do pecado
Da onça mulher de trejeito risonho
Da onça marrom d’olhar esverdeado
Do couro da bela retirei as tiras
Que prendem meus pés nessa velha chinela
Matei minha onça num tiro sem mira
E ando morrendo de saudade dela
João Pessoa, 17/04/2009
sábado, 11 de abril de 2009
Uma Questão da Saudade
Nas Terras de um Sentimento Lato
A saudade emburacou
E ergueu assentamento
Chegou-se de mala e cuia
Confiscou meu pensamento
E alegou legalidade
Na improdutividade
Do meu lato sentimento
E tendo tentado tudo
Pra findar essa invasão
Apelei pro advogado
Do escritório da razão
Falei desse assentamento
Da invasão no sentimento
e pedi reintegração
Contei da separação
Nos caminhos da lonjura
Falei do tempo que corre
Agravando a conjuntura
Disse qu’este é o motivo
De estar improdutivo
Meu amor, minha loucura
E o doutor disse: Se acalme
Não precisa exaltação
Esse caso tem saída
Sem muita complicação
Volte pra perto d’amada
Faça lá sua morada
Que a saudade é expulsada
Pelo usucapião...
Timbaúba, 10/04/2009.
A saudade emburacou
E ergueu assentamento
Chegou-se de mala e cuia
Confiscou meu pensamento
E alegou legalidade
Na improdutividade
Do meu lato sentimento
E tendo tentado tudo
Pra findar essa invasão
Apelei pro advogado
Do escritório da razão
Falei desse assentamento
Da invasão no sentimento
e pedi reintegração
Contei da separação
Nos caminhos da lonjura
Falei do tempo que corre
Agravando a conjuntura
Disse qu’este é o motivo
De estar improdutivo
Meu amor, minha loucura
E o doutor disse: Se acalme
Não precisa exaltação
Esse caso tem saída
Sem muita complicação
Volte pra perto d’amada
Faça lá sua morada
Que a saudade é expulsada
Pelo usucapião...
Timbaúba, 10/04/2009.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Já fui Herói certa vez
Eu que nunca fui herói
E nem tão pouco valente
Vi-me num sonho de ação
Salvando-te dum vilão,
“Sem vergonho” delinqüente.
Eu, ali, trincando os dentes;
Empunhava a baladeira;
Botava a pedra no meio;
Esticava a bicha inteira
e soltava a cipoada:
Eita pedra bem mirada!
Eita tiro da moléstia!
Que o ladrão caiu no chão
Defecado e sem ação
Pru riba da própria réstia.
E eu, herói do calcário,
Era então bem abraçado
Por ti, um livre canário,
Que num ato inesperado
Tascou-me um beijo avexado
Sabor de agradecimento;
Foi quando, nesse momento,
Me senti acometido
Por um gosto esquisito
Que nunca havia sentido
E então me veio a razão:
Acordei de supetão
Beijando o palmo de chão
Adonde eu tinha dormido!
Timbaúba, 09/04/2009.
sábado, 4 de abril de 2009
Lua Enamorada
Com quem?
Com quem será?
Com quem será que a lua vai casar?
Louro, moreno, careca ou cabeludo;
Rei, ladrão, polícia ou capitão?
Estrelinha do meu coração!!
Olha a lua esbanjando claridade
Esborrando um brilho fluorescente
Brilha atrás dum amor, um expoente
Que flameje na mesma intensidade.
Mas, cansada, ela perde a faculdade
De brilhar e, assim, se escurece;
É então que o sol vem e aparece
Atirando 10 mil quilos de luz
E, assim, dia e noite se conduz
Num encontro que nunca acontece!
Muda a Lua pelo amor proibido,
Sentimento bem platonificado,
Todo peito tem um desse guardado
Num cuvico entocado e escondido.
É incompleto quem não tenha sofrido
Por gostar de alguém que não lhe quis;
Fui um padre que amava a meretriz
Fui juiz que amava a condenada
E Entre o dia e a noite enluarada
O arrebol delineia a bissetriz!
João Pessoa, 03/04/2009.
Com quem será?
Com quem será que a lua vai casar?
Louro, moreno, careca ou cabeludo;
Rei, ladrão, polícia ou capitão?
Estrelinha do meu coração!!
Olha a lua esbanjando claridade
Esborrando um brilho fluorescente
Brilha atrás dum amor, um expoente
Que flameje na mesma intensidade.
Mas, cansada, ela perde a faculdade
De brilhar e, assim, se escurece;
É então que o sol vem e aparece
Atirando 10 mil quilos de luz
E, assim, dia e noite se conduz
Num encontro que nunca acontece!
Muda a Lua pelo amor proibido,
Sentimento bem platonificado,
Todo peito tem um desse guardado
Num cuvico entocado e escondido.
É incompleto quem não tenha sofrido
Por gostar de alguém que não lhe quis;
Fui um padre que amava a meretriz
Fui juiz que amava a condenada
E Entre o dia e a noite enluarada
O arrebol delineia a bissetriz!
João Pessoa, 03/04/2009.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Escusa
Amor, ainda era cedo;
Mas já não lembro à hora,
Só lembro que senti medo
Quando me mandaste embora.
Lembro como fosse agora;
Você não me abraçou,
Teu olhar mal me olhou
E eu me senti morrendo
Ao ver que estava perdendo
A musa que me encantou...
Fica amor, fica comigo!
Perdoa o mal que te fiz,
Pois em ti eu tenho abrigo,
És tudo que sempre quis.
Com você eu sou feliz,
Sem você nada tem graça.
Fala o que queres qu’eu faça,
Que faço o que quer que for,
Pra restaurar o amor
Que de ti não mais transpassa!
João Pessoa, 28/03/2009.
Mas já não lembro à hora,
Só lembro que senti medo
Quando me mandaste embora.
Lembro como fosse agora;
Você não me abraçou,
Teu olhar mal me olhou
E eu me senti morrendo
Ao ver que estava perdendo
A musa que me encantou...
Fica amor, fica comigo!
Perdoa o mal que te fiz,
Pois em ti eu tenho abrigo,
És tudo que sempre quis.
Com você eu sou feliz,
Sem você nada tem graça.
Fala o que queres qu’eu faça,
Que faço o que quer que for,
Pra restaurar o amor
Que de ti não mais transpassa!
João Pessoa, 28/03/2009.
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