domingo, 31 de maio de 2009
No Popular
Prostituta chama quenga,
Virgindade é cabaço,
Discurso é lenga-lenga,
Desconhecido é boyzinho,
Medo é se cagar todinho
E discussão é arenga!
Timbaúba, 30/05/2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Falência
E o dólar subiu;
- Sua firma fechou,
Seu sócio sumiu!
-O prazo acabou;
- Não se preveniu;
- E o banco deixou
Seu cofre vazio!
- Em casa chegou;
- O cão lhe estranhou
Quando, a porta, abriu!
- Sua fonte secou;
- E a mulher que amou
Com outro fugiu...
- Sua casa caiu;
- E o que lhe sobrou
A água levou
Na chuva de Abril...
- Sem nada ficou;
- Mas não deu um piu;
- Apenas mudou
Pra beira do rio!
- Na lama atolou;
- E não mais saiu...
- Então se matou!
-Mas se alguém notou
Não sabe, não viu!
João Pessoa, 21/05/2009.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Crise do Divino
(Um Causo Nordestino)
De repente escureceu
As vinte pra o meio dia
E tudo ficou no breu
(No mundo nada luzia)
Pois o sol esmoreceu
Falhando sua bateria
E passada a garantia
Deus pediu um orçamento
Pra autorizada do “dia”
Que lhe cobrou pelo intento,
Numa grande revelia,
O seguinte pagamento:
De Saturno um anel
E quatro corpos celestes
E das divisões do céu
Pediu metade do leste
E ainda descontento
Dez mil arrobas de vento
E a sombra do Everest.
Mas Deus disse: “Tá cá peste,
Tá cá gota, esse menino,
Desse jeito tu me quebras!
Tenha senso, tenha tino
Que cá crise mundial
S’eu gastar mais um real
Deixo até de ser divino!”
Prosseguida a peleja
No vão da negociação
Deus já tava desistindo;
Foi quando da escuridão
Veio uma voz Severina
Daquelas bem nordestinas
Propondo uma solução!
E num é que era Biuzin
Lá do alto do Cruzeiro
Que tava ouvindo a pendenga
E como um bom futriqueiro
Cutucador de buraco
Decidiu dar seu pitaco
Para o nosso criador
Disse: meu santo Senhor
Se o sol está quebrado
Se o breu tomou o mundo
E o dinheiro está contado
não se ponha aperreado
Pois eu tenho uma saída
Arranje um grande balaio
Que seja extenso em volume
Depois atole ali dentro
Pra mais de mil vaga-lume
E faça que ele se aprume
No eixo do vão solar
Para a terra alumiar
Até que o sol se arrume
E Deus disse: eita Biuzin
Que idéia genial
Uma solução tão simples
Pr’um problema mundial
Que na tua inteligência
Vai me livrar da falência
E me manter divinal
Já como agradecimento
Por tanta sagacidade
Beba da minha bondade
Não se acanhe e tenha fé
Diga-me o que você quer:
Ser rico, belo, famoso,
Poderoso? O que quiser!
Mas biuzin disse: Divino,
Como já sou nordestino
O resto é bicho de pé...
João Pessoa, 11/05/2009.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Cinco
Que juntamos nossos mundos;
Doze milhões novecentos
E sessenta mil segundos
Passados tão velozmente
Quanto a estrela cadente
Que voa no breu profundo
Foram cinco meses rasos
Com recorde mundial
E Cento e cinqüenta luas
De brilho tão magistral
Construindo a cada dia
Cinco meses de magia
Contra tudo que é real
Para meus cinco sentidos
Foram cinco meses latos
Onde apurei a visão,
Meu paladar, meu olfato;
Aprendi a te escutar,
Mas não vou te enganar
Que gostei mesmo do tato!
Ah! Cinco meses contados
Para cada operação
Sorrisos multiplicados
Somada nossa paixão
E a Tristeza ou aflição
Quase toda dividida
Ou então subtraída
Do nosso “um só coração”
Foram cinco meses simples
De noites enluaradas
Onde cinco pingos d’água
Anunciam chuvarada
E estejas preparada
Que uma coisa é certeira
Passamos só a porteira,
Começa agora a estrada!
João Pessoa, 05/05/2009.