(Sinceridad’escancarada)
Imagem: http://www.flickr.com/photos/harryfirmo
O sorrir da criança travessa
A dureza do dia atravessa;
Num alívio pra dor, é compressa
Pra que vida não se esmoreça
E a idéia então surge à cabeça
Numa estória que um senil inventa
Pra manter a criança atenta
Pra encantar o moleque danado
Vai o idoso deixando de lado
Velhas dores que a idade apresenta!
A alegria de uma criança
Tem poder de rejuvenescer
Tem a força de fazer nascer
Pro futuro uma nova esperança
E enquanto uma ruga avança
A somar numerais à idade
A quem ache a felicidade
Na sinceridad’escancarada
Que transborda em cada risada
De quem nem sabe o qu’é falsidade!
João Pessoa, 28/06/2009.
domingo, 28 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Pés de Saco Plástico
(nas margens do capibaribe-mirim)
Já tantos palmos mais raso
e tanto mais poluído
lá se encontram vis dejetos
a cada metro escorrido
e no curso transiente
é suja a água corrente
onde não há um vivente
que não tenha sucumbido!
É triste, porém é fato
e a tendência é piorar;
pois na cobiça do homem,
sedento por enricar,
vem a plantação de cana
o milho, a uva e a banana
pra na irrigação da gana
as suas águas sugar!
Já na mata ciliar,
sua vida marginal,
o retrato da porqueira
é evidência cabal
de que o homem tava errado
ao ter se configurado
como sendo ser dotado
de caráter racional!
João Pessoa, 26/06/2009.
Já tantos palmos mais raso
e tanto mais poluído
lá se encontram vis dejetos
a cada metro escorrido
e no curso transiente
é suja a água corrente
onde não há um vivente
que não tenha sucumbido!
É triste, porém é fato
e a tendência é piorar;
pois na cobiça do homem,
sedento por enricar,
vem a plantação de cana
o milho, a uva e a banana
pra na irrigação da gana
as suas águas sugar!
Já na mata ciliar,
sua vida marginal,
o retrato da porqueira
é evidência cabal
de que o homem tava errado
ao ter se configurado
como sendo ser dotado
de caráter racional!
João Pessoa, 26/06/2009.
sábado, 20 de junho de 2009
Dizer Matuto
Um caboclo amatutado
De feitio mirabolante
Andarilho itinerante
Viajante calejado
Me deixou ababacado
Numa linda confissão
Que juntou uma multidão
De ouvidos escutantes
Escutando o viajante
Dizer a todo pulmão:
Achei o complementar
Do meu conjunto universo
Para o mote achei um verso
Que faz meus olhos brilhar
Ela faz vida jorrar
Da minha alma lascada
E nas curvas dessa estrada
Diz um refrão que eu canto:
QUEM É FELIZ DO MEU TANTO
NÃO TEM INVEJA DE NADA.
E eu ali escutando
Não me botei invejoso!
Do contrário, vaidoso
Com um sorriso estufando
Pois ele estava rimando
A canção apaixonada
Qu’eu compus pra minha amada
Provando sem “entretanto”:
QUEM É FELIZ DO MEU TANTO
NÃO TEM INVEJA DE NADA!
João Pessoa, 20/06/2009.
De feitio mirabolante
Andarilho itinerante
Viajante calejado
Me deixou ababacado
Numa linda confissão
Que juntou uma multidão
De ouvidos escutantes
Escutando o viajante
Dizer a todo pulmão:
Achei o complementar
Do meu conjunto universo
Para o mote achei um verso
Que faz meus olhos brilhar
Ela faz vida jorrar
Da minha alma lascada
E nas curvas dessa estrada
Diz um refrão que eu canto:
QUEM É FELIZ DO MEU TANTO
NÃO TEM INVEJA DE NADA.
E eu ali escutando
Não me botei invejoso!
Do contrário, vaidoso
Com um sorriso estufando
Pois ele estava rimando
A canção apaixonada
Qu’eu compus pra minha amada
Provando sem “entretanto”:
QUEM É FELIZ DO MEU TANTO
NÃO TEM INVEJA DE NADA!
João Pessoa, 20/06/2009.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Jeito Carolina
Amo teus olhos puxados
Que quando nos teus sorrisos
Ficam quase que fechados
Formando riscos precisos
Amo teu jeito pequena
De ser grande em pensamento
Amo tua voz serena
Traçando um bom argumento
Amo teu jeito apressada
De querer resolver tudo
Amo teu jeito ocupada
De dizer: Deixa, eu lhe ajudo!
Amo teu jeito mulher
Amo teu jeito menina
Amo teu jeito de ser
Simplesmente Carolina!
João Pessoa, 12/06/2009.
sábado, 6 de junho de 2009
Concorrência Desleal
(Céu VS Inferno)
Vim na sua casa para lhe falar
Que na pisada que as coisas vão
Não leva tempo pra o mundo acabar
Com tanta falta de regulação.
É necessária uma intervenção
Pois o inferno está quase lotado,
Enquanto o céu cada vez mais parado
Criando teia de aranha nos cantos;
Já faz cem anos que não sobe um santo
E há dois segundos desceu um tarado!
Ora, compadre, tu é o culpado
Se teu salão está entregue as traças
Pois se teu clube tem dez mandamentos
Na minha liga a entrada é de graça
Se no teu céu a bebida é o vinho
No meu inferno a birita é cachaça
Já foi-se a época da castidade
O povo quer fogo e não só fumaça;
E eu abro vaga a qualquer qualidade:
D’advogado às menores desgraças!
João Pessoa, 06/06/2009.
Vim na sua casa para lhe falar
Que na pisada que as coisas vão
Não leva tempo pra o mundo acabar
Com tanta falta de regulação.
É necessária uma intervenção
Pois o inferno está quase lotado,
Enquanto o céu cada vez mais parado
Criando teia de aranha nos cantos;
Já faz cem anos que não sobe um santo
E há dois segundos desceu um tarado!
Ora, compadre, tu é o culpado
Se teu salão está entregue as traças
Pois se teu clube tem dez mandamentos
Na minha liga a entrada é de graça
Se no teu céu a bebida é o vinho
No meu inferno a birita é cachaça
Já foi-se a época da castidade
O povo quer fogo e não só fumaça;
E eu abro vaga a qualquer qualidade:
D’advogado às menores desgraças!
João Pessoa, 06/06/2009.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Intento
Escolha ser vírgula ou ponto final
Escolha ser fonte ou receptor
Escolha entre o tiro e o beija-flor
Escolha a bandeira do bem ou do mal
Pratique o excesso ou o essencial
Não atire a pedra se deseja a paz
Não ande pra frente pensando no atrás
Não julgue possível mudar o escolhido
Pois há um futuro diverso escondido
Em cada escolha que a gente faz...
João Pessoa, 02/06/2009.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Arritmia
Coração abandonado,
Quando ainda estava amando,
Embora siga pulsando,
Perde o significado;
Bate para o lado errado,
Erra o tempo de bater;
Sem ter mais nenhum "por que"
Para garganta suspende-se
E "talqualmente” o apêndice
Vai servir só pra doer...
É um órgão enganado,
Batendo bem na goela,
Que, de tanto lembrar Dela,
Fica sobrecarregado;
Esquenta o peito rasgado,
Esfria a palma da mão,
Embaça toda a visão
Numa lágrima insistente
E não há quem se sustente
Quando tomba o coração!
Timbaúba, 01/06/2009.
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