Versão Universitária
Já são pra lá de dez anos
Qu’eu só dou gasto e estudo
Sei que não tava nos planos
Qu’eu estudasse isso tudo
Mas o seu consentimento
Foi um grande investimento
Qu’em lucro vai se tornar...
Painho não fique louco,
Pois agora resta pouco
Pr’eu conseguir me formar!
Foi por tanto estudar
Que dei os passos que dei
Pra quem sabe melhorar
O futuro que terei;
O futuro meu e seu,
Onde tudo que me deu
Vou lhe dar um tanto mais
Mas até que eu me forme
Peço pra que se conforme
C’um “Feliz dia dos pais!”
João Pessoa, 07/08/2009.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Velha Radiola
(A Manoel Costa Palma)
O chiado de um vinil
Na radiola a rodar
Oscilando empenado
Jogando notas no ar
Traz-me a recordação
De um tempo em que então
Vovô me contava histórias
Com o seu falar cantado
E seu timbre aveludado
Contando fatos e glórias
Pois n’antiga residência
Onde fez sua morada
Tinha para seus vinis
Uma área reservada
Er’um quarto recuado
Com seu nível rebaixado
Tendo ares de porão
De onde se escutava,
Sempre qu’ele ali estava,
O som de uma canção
Er’aquele seu porão
De paredes mal pintadas
Repleto de prateleiras
Com caixas de som queimadas
Tinha fios por tod’os lados;
Aparelhos desmontados,
Pra seus consertos exatos,
E gambiarras ousadas;
Já debaixo das escadas
Tinha caixas e sapatos!
E tardes corriam soltas
Naquele quarto abastado
De tranqueiras e vinis
Por tudo quanto era lado
Era ali o seu lugar
Onde se punha a escutar
De Vicente Celestino
Ao grande Noite Ilustrada
O sucesso da parada
Dos seus tempos de menino!
Porém a idade veio
E com ela uma senhora
Que responde por Alzheimer
Chegou sem nem marcar hora
E fez de vovô cliente
Sem este ser condizente
Afetando sua lembrança
Sem dar direito a defesa
Mas para sua surpresa
Encontrou uma relutância!
Pois em meio aos exemplares
De vinis ultrapassados
Cantava-se às milhares
Recordações do passado
Que agora a memória,
De vovô, já tão simplória
Tornava embaraçadas
Mas que o som da radiola
Disparava qual pistola
Como lembranças cantadas!
E assim vovô não cede
A esta doença inglória
Armado com seus vinis,
Ouvindo sua história
Na vitrola do viver
E não queiram me dizer
Que tudo aquilo é entulho
Pois já deixo o aviso
Que, quando assim for preciso,
Vou os herdar com orgulho!
Todavia hoje em dia,
Sendo-lhes bastante franco,
Raramente tenho visto
Aqueles cabelos brancos...
Não tenho visto vovô
Então o que me restou
Foi esta recordação
Que do meu cerne decola
Ao ouvir da radiola
Uma saudosa canção...
João Pessoa, 03/08/2009.
O chiado de um vinil
Na radiola a rodar
Oscilando empenado
Jogando notas no ar
Traz-me a recordação
De um tempo em que então
Vovô me contava histórias
Com o seu falar cantado
E seu timbre aveludado
Contando fatos e glórias
Pois n’antiga residência
Onde fez sua morada
Tinha para seus vinis
Uma área reservada
Er’um quarto recuado
Com seu nível rebaixado
Tendo ares de porão
De onde se escutava,
Sempre qu’ele ali estava,
O som de uma canção
Er’aquele seu porão
De paredes mal pintadas
Repleto de prateleiras
Com caixas de som queimadas
Tinha fios por tod’os lados;
Aparelhos desmontados,
Pra seus consertos exatos,
E gambiarras ousadas;
Já debaixo das escadas
Tinha caixas e sapatos!
E tardes corriam soltas
Naquele quarto abastado
De tranqueiras e vinis
Por tudo quanto era lado
Era ali o seu lugar
Onde se punha a escutar
De Vicente Celestino
Ao grande Noite Ilustrada
O sucesso da parada
Dos seus tempos de menino!
Porém a idade veio
E com ela uma senhora
Que responde por Alzheimer
Chegou sem nem marcar hora
E fez de vovô cliente
Sem este ser condizente
Afetando sua lembrança
Sem dar direito a defesa
Mas para sua surpresa
Encontrou uma relutância!
Pois em meio aos exemplares
De vinis ultrapassados
Cantava-se às milhares
Recordações do passado
Que agora a memória,
De vovô, já tão simplória
Tornava embaraçadas
Mas que o som da radiola
Disparava qual pistola
Como lembranças cantadas!
E assim vovô não cede
A esta doença inglória
Armado com seus vinis,
Ouvindo sua história
Na vitrola do viver
E não queiram me dizer
Que tudo aquilo é entulho
Pois já deixo o aviso
Que, quando assim for preciso,
Vou os herdar com orgulho!
Todavia hoje em dia,
Sendo-lhes bastante franco,
Raramente tenho visto
Aqueles cabelos brancos...
Não tenho visto vovô
Então o que me restou
Foi esta recordação
Que do meu cerne decola
Ao ouvir da radiola
Uma saudosa canção...
João Pessoa, 03/08/2009.
sábado, 1 de agosto de 2009
Brado "Inrretumbante"!
Num mundo modo padrão
Nasceu com vida e perfeito
Mas uma paraplegia
Proveu-lhe de um defeito
Tornando o jovem infante
Usuário cadeirante
Antes de ser homem feito
Ficara preso à cadeira
Uma peça essencial
Instrumento incorporado
Como uma parte vital
Ao seu corpo limitado
Mas não ficara fadado
A viver na escuridão
Pois tinha dentro do peito
Num passo mais que perfeito
Um valente coração!
Adaptou sua vida
A nova realidade
Sem se deixar abater
Rejeitou a piedade
E com a cabeç’erguida
Deu uma nova partida
N’aventura do viver
Pra dentre desilusões
Descobrir limitações
Que teria que vencer
Consagrou-se vencedor
Numa luta desigual
Pra ir de casa à esquina
Entre a guia e o degrau
Montado em sua cadeira
Derrotou a buraqueira
D’uma calçada minada
Pra depois de lá chegar
Por três horas esperar
Uma “Van” adaptada!
Esta é só uma batalha
De tantas que já travou
Todavia é evidente
Que nem em todas ganhou
Pois este mundo padrão
Sem rampas e corrimão
É uma grande armadilha
Que para a deficiência
Transforma uma residência
N’uma verdadeira ilha
Mas não é só neste caso
Que o nosso mundo é hostil
Também vale pra o cego,
O muletante, o senil
E o imperfeito auditivo;
Todos eles têm motivo
Pr’as ruas não freqüentar,
Pois estas são um espaço
Que demanda por um passo
Que nem todos podem dar!
Sendo assim o qu’acontece
É que muitos se ocultam
E ainda estando vivos
As suas vidas sepultam
Imersos na escuridão
Sem despertar atenção
De uma gente egoísta
Que tem a saúde plena
Mas não move uma pena
Pra que isso não persista!
João Pessoa, 31/07/2009.
Nasceu com vida e perfeito
Mas uma paraplegia
Proveu-lhe de um defeito
Tornando o jovem infante
Usuário cadeirante
Antes de ser homem feito
Ficara preso à cadeira
Uma peça essencial
Instrumento incorporado
Como uma parte vital
Ao seu corpo limitado
Mas não ficara fadado
A viver na escuridão
Pois tinha dentro do peito
Num passo mais que perfeito
Um valente coração!
Adaptou sua vida
A nova realidade
Sem se deixar abater
Rejeitou a piedade
E com a cabeç’erguida
Deu uma nova partida
N’aventura do viver
Pra dentre desilusões
Descobrir limitações
Que teria que vencer
Consagrou-se vencedor
Numa luta desigual
Pra ir de casa à esquina
Entre a guia e o degrau
Montado em sua cadeira
Derrotou a buraqueira
D’uma calçada minada
Pra depois de lá chegar
Por três horas esperar
Uma “Van” adaptada!
Esta é só uma batalha
De tantas que já travou
Todavia é evidente
Que nem em todas ganhou
Pois este mundo padrão
Sem rampas e corrimão
É uma grande armadilha
Que para a deficiência
Transforma uma residência
N’uma verdadeira ilha
Mas não é só neste caso
Que o nosso mundo é hostil
Também vale pra o cego,
O muletante, o senil
E o imperfeito auditivo;
Todos eles têm motivo
Pr’as ruas não freqüentar,
Pois estas são um espaço
Que demanda por um passo
Que nem todos podem dar!
Sendo assim o qu’acontece
É que muitos se ocultam
E ainda estando vivos
As suas vidas sepultam
Imersos na escuridão
Sem despertar atenção
De uma gente egoísta
Que tem a saúde plena
Mas não move uma pena
Pra que isso não persista!
João Pessoa, 31/07/2009.
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