“Entre o vermelho e o verde: cinzas, brancos, rosas, pérolas
e lilás”. Essa frase do Poeta Zeto outro
dia deu-lhe um murro na minha fuça que não foi brincadeira não. Entre o
vermelho e o verde? Entre o pare e o siga... quantas possibilidades existem
entre o certo e o errado? Cinza, brancos, rosas, pérolas, lilases, a mulesta
toda!
De fato, quando o semáforo da vida dá uma doida daquelas bem
dada, pra que nos serve o vermelho e o verde? O Poeta Carlos Pena Filho, por
exemplo, ao invés de vermelho ou verde, só se preocupava mais com Azul no
mundo, como no seu “então pintei de azul os meus sapatos por não poder de azul
pintar as ruas”. Ora, pra que, semaforaticamente, então, se ater ao vermelho ou
ao verde? Ao parar ou seguir...
O Poeta Junior do Bode já dizia: “Cuia de Poeta cego tem
verso de toda cor” e, Senhores, se além de Poeta eu mal-costumo me cegar de sentimentos...
Dêem-me licença: que venham azuis, cinzas, brancos, amarelos, pérolas, marrons
e todas as cores possíveis. Faz tempo que entreguei um pincel banguela e uns
potinhos de tinta pro meu coração, e esse infeliz “Todo dia muda a cor do
quadro da minha vida”.
Um angustia cinza, uma saudade acastanhada, uma paixão
vermelha, um luto preto, uma esperança verde, um sorriso amarelo, um amor azul,
um brilho no olhar branco... que seja! Que “todo dia mude a cor do quadro da
minha vida”.
Mas ainda entre o vermelho e o verde, mais uma vez, meu
muito obrigado à Bruna Alves por ter colorido com sua voz acavaladamente bonita
esses meus versos incolores.
Deixa clarear meu coração nublado...
Deixa que o amor entre por outro lado
O que há de errado
Em sonhar em ser feliz?
Quero teu sorriso me sorrindo inteira
Quero a minha a mais, bem mais que verdadeira
Ser tua primeira
E derradeira diretriz
O céu abriu pra esquentar meu peito
Vem ser, mais eu... nós dois de todo jeito
Vem me amar, vem
me beijar, me endoidecer
Vem ser, mais eu, você!