quarta-feira, 30 de abril de 2008

Como que não fosse nada

Nas curvas do pensamento
Sou inventor de ciências
Controlador desatento
Que já não tem paciência
Com os aviões do radar
E fica alí a voar
Nas asas da malevolência


Sou caçador de rolinha
Entrando de mato a dentro
Que duas balas só tinha
E quando volta do intento
Tem seis aves abatidas
Cinco de bala perdida
E outra de passamento


Dos traços da minha pena
Faço rimas afiadas
Tal qual faz o lavrador
Dando no chão com a enxada
Enche a terra de beleza
Hábil e sem sutileza
Como que não fosse nada

(Jessé Costa)

Sob Encomenda

Uma criança inocente
Que cresceu acreditando
Quando via um arco-íris
Já saia divulgando
Que de lá do outro lado
Tava chêi de ouro guardado
Somente lhe esperando


Pregava felicidade
Vivia sempre sorrindo
Não conhecia a maldade
Via o mundo todo lindo
E quando à tarde turva
Tomava banho de chuva
Só não perdia o domingo


Adulta que não cresceu
Não só na sua estatura
Continua uma menina
Uma princesinha pura
Que brilha sem falsidade
E desconhece a maldade
Não vê na vida uma agrura


(Jessé Costa)

domingo, 27 de abril de 2008

Acróstico

A dmiro a grandeza
R egional bem nordestina
R echeada de Beleza
E scrita com pena fina
P or homens analfabetos
A rrudeados de cultura
R edobrando suas agruras
E xpondo serem completos

(Jessé Costa)

sábado, 26 de abril de 2008

Versos Pabulosos

A dona sabedoria
Hoje veio a me dizer
Que o homem em sua vida
Passar no seu proceder
Por uma fase intrigante
Vergonhosa, causticante
Que eu vou lhes descrever


É quando na flor da idade
O cabra já não se agüenta
Perdendo a capacidade
Não controla, não sustenta
E quando vê mulheraço
Sente seu terceiro braço
Duro como o pau da venta


Nesse período tem gente
Que chegando na mulher
Já vai com o bilau na frente
Demonstrando o que quer
Sem fazer a menor sala
Feito cego com a bengala
Cutucando o que vier


Isso é lá propriedade
De homi muito tapado
Pois não importante a idade
O cabra bem preparado
Que quer faturar madama
Escuta o que ela explana
Fingindo não ser tarado


(Jessé Costa)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Vôo do Beija Flor

Eu gamei numa morena
Da pele cor de canela
E escrevi esse poema
Pra encantar a tal donzela
Ganhando assim seu amor
Tirando do peito a dor
Que é não ter o beijo dela


E foi num forró pegado
Que peguei em sua mão
Com meu jeito despojado
Puxei ela pru salão
E com voz de locutor
Lhe falei do meu amor
Tocando em seu coração


Daí pra frente ficamos
Dançando bem coladinhos
Às vezes beijos trocando
Às vezes só uns carinhos
Nisso eu já imaginava
No fim da noite nós tava
Fazendo uns barrigudinhos


Depois de já conquistada
De saciar meu desejo
Senti que o amor definhara
Dei-lhe um último beijo
Deixei-a ali com estava
Pois o sol já despontava
Me carregando em cortejo


Assim peguei minha estrada
Fui atrás do meu caminho
Ficou pra trás outra amada
Voei feito um passarinho
Tal qual faz um beija flor
Bati asas com fulgor
Pra desviar dos espinhos

(Jessé Costa)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Vai que é tua Taffarel!

Dou-le um cheiro no cangote
Uma lambida na zurelha
Passo a mão no seu pacote
E te ponho toda esguelha
Só num estranhe meu papel
Pois de tu só quero o mel
Que’u sou feito uma abelha


Que’u sou feito uma abelha
E de tu só quero o mel
Tire a pulga das zurelha
Num estranhe meu papel
Que'u vou te pegar pegando
Cum povo todo gritando
Vai que é tua Taffarel


E é com o povo gritando
Vai que é tua Taffarel
Que'u vou chegar abafando
E vou te Levar pra o céu,
Vou te deixar empolgada
Cum cabo da minha enxada
Com minha dança do créu

(Jessé Costa)

sábado, 19 de abril de 2008

Só pra Olhar

nas entrelinhas
(Jessé Costa)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tu me Açobe o Facho

Se eu não estudasse engenharia, nega
Todo dia eu ia te ver
Pois nesse curso eu só me lasco, nega
Mal da pra sobreviver
Não vá pensando que eu me acho
Ou que tu não me açobe o facho
Do contrario, deixa eu te ver só..
Quero lhe beijar todinha, nega
E lhe amar sem sentir dó
Mas esse curso é coisa feia
Só passa estudante pêia
Ou quem vive pra aprender
Se eu não estudasse engenharia, nega
Todo dia eu ia te ver

(Jessé Costa)


(Livre adaptação da música ‘Até Mais Vê’ do Trio Virgulino)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Anjo

Descobri um brilho raro
Quando escapei da morte
Num acidente de carro
Posto que abusei da sorte
No fundo do coração
Segurando em minha mão
Minha priminha me olhando
Era o meu anjo falando:
Não quero lhe perder não!

(Jessé da Costa)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Minha frôr

Cheira mais que margarida
Dança mais que duas dela
Beija que nem rapariga
Mas vem dizer que é donzela
Como eu num sou tapado
Vou me fazer de capado
Pra tocar meu fogo nela

(Jessé Costa)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Vantagens Competitivas

Hoje são muitas as firmas
Que cobiçam alcançar
Na avaliação do mercado
Seu lucro maximizar
Inovando em tecnologia
Investindo em cidadania
Para os fregueses ganhar


Custo de oportunidade
Nada mais decorre que
Em uma modalidade
O preço que pode ter
A escolha dum investimento
Com outros em detrimento
Que a empresa pode fazer


Vantagens competitivas
É um negócio almejado
Que distingue sua firma
Das demais de seu mercado
Ganhando assim compradores
Pros frutos dos seus labores
O que é lucro assegurado


Isso é um pouco que se vê
Em um assunto excitante
A economia da produção
Que dá base ao estudante
Pra quando o curso acabar
Seja a empresa em que entrar
Ser grande administrante

(Jessé Costa)

domingo, 6 de abril de 2008

Homem de Cunho Empírico

Extremamente genioso
Às vezes extrovertido
De humor misterioso
Por poucos compreendido
Você já sabe quem é?
O nome dele é Jessé
Sujeito muito aguerrido


Sei que sou meio suspeito
De homenagem prestar
A essa figura impoluta
Mas eu preciso contar
Que se eu sei o que sei
Foi porque dele herdei
E o resto eu fiz copiar


Cabra de fibra e valente
De coragem singular
Em Timbaúba onde nasceu
Ele se fez respeitar
Sempre falando com todos
Podia até ser famoso
Mas preferiu trabalhar


Homem de cunho empírico
De tentativa e acerto
Cresceu na vida suando
Passando por muito aperto
Mas hoje podia bem
Usufruir do que tem
Diminuir seu cabresto

(Jessé Costa)

sábado, 5 de abril de 2008

Barra Circular

Numa barra circular
Vinha um seu Zé apitando
Mulecada já sabia
O que estava alí chegando
Era o doce japonês
A procura do freguês
Cliente de tantos anos


No outro lado da rua
Vinha um pirralho raquito
Carregando a tira colo
Uma tábua de pirulito
Daqueles que na chupada
A chapa do camarada
Gruda dum jeito esquisito


Tinha outro sujeitinho
Empurrando uma carroça
E um pau de algodão doce
Gritando e fazendo troça:
-Por uma garrafa, você veja
De refrigerante ou cerveja
De um algodão você se apossa

(Jessé Costa)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Vida de Eunuco

Quando era meninote
Eu sempre me perguntava
Na época em que crescesse
O que eu me dedicava
Escolhi engenharia
Sem saber da agonia
Que o curso me reservava


O cabra na flor da idade
Que entra pra federal
Sendo donzelo ou sabido
Sendo do bem ou do mal
Já imagina a putaria
Calourada, sodomia
Bebedeira e bacanal


Isso lá é bem verdade
Não existe nada igual
As festas de faculdade
Onde reina a liberdade
Não entra a moralidade
Rola sexo à vontade
E o álcool é ator principal


Eventos desse calibre
Acontecem todo dia
Mas nunca participei
Não porque num pretendia
Foi porque lá no início
Desse cordel eu vos disse
Que escolhi a engenharia


Agora vejam o tamanho
Dessa minha desventura
Minha vida é estudar
Vibrações e ruptura
Quando o que mais queria
Era ta na baixaria
E estragar menina pura


Mas esse é o preço pago
Por quem não quer se dar mal
E espelhar em seu futuro
Seguridade total:
Estudar feito um maluco
Levar vida de eunuco
Pra gozar só no final

(Jessé Costa)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pequena Borboleta Rosa

Meu jardim ficou mais feio
Estremeceu sua perfeição
Pois ali ficaram as flores
Mas se foi a sua feição
Foi embora a borboleta
Batendo asas contenta
Voou pra imensidão


Foi se atrás de outras flores
Levou consigo seu riso
A gargalhada engasgada
A lentidão do seu tino
Deixou pra trás a saudade
De sua besticidade
Do seu jeito meigo fino


voa voa borboleta!
voa voa com pureza!
voa voa atrás de um sonho!
pois voar ti trás beleza!

(Jessé Costa)

terça-feira, 1 de abril de 2008

Palavra de Mulher

Palavra de mulher é feito menino tirando jambo na pedrada,
mira num e derruba um cacho..


Quando se junta três mulé
Na tal da conversação
Pra falar de cabra macho
Num existe um só cristão
Que passe ileso de críticas
Análise e comparação


É que Manezin é mole
Zé Lezera é também
Seu Tota abestalhado
Tico Botico um ninguém
Neco gago é ruim de cama
João Bocão é uma disgrama
Zeca Boy num vale o que tem


Quando falam bem de alguém
É negocio perigoso
É do hômi ter cuidado
Com o pensamento do povo
Pois mulé só vê qualidade
Em cabra com viadagem
Gente do fundo fogoso


Melhor num dar valimento
Pra essas conferição
Meu segredo é num chamar
A menor das atenção
Ser discreto predador
Mineirinho sim senhor
Essa é minha guarnição!

(Jessé Costa)

domingo, 30 de março de 2008

O Engenheiro e a Doutora

Pobre engenheiro calculando a moça
E ela doutora querendo o curar
No forró da vida, nessa coisa louca
Os despreparados podem se lascar


Foi quando a sanfona do tempo gemeu
E à hora da vida parou pra eles dançar


Eu todo capenga olhando as arestas
No meio da festa e querendo farrar
E tu galeguinha quebrou minha inércia
Tu quando me olhou gaguejou meu falar


Foi quando a sanfona do tempo gemeu
E à hora da vida parou pra nós dançar


Já eu, boa moça, gosto do que presta
Gostei de você, eu num posso negar
Mas bora dançar, vamos curtir a festa
Tou contando as horas pra tu me beijar


Foi quando a sanfona do tempo gemeu
E à hora da vida parou pra nós dançar

(Jessé Costa)

sábado, 29 de março de 2008

Estrela Cadente

Já...claro.
Quem nunca fez pedido pra uma estrela?


Menino buxudo na beira da praia
Na beira da praia olhando pra riba
A lua alumeia o menino e espaia
Um brilho noturno à procura de briga


Mas esse menino sozinho arrepara
O brilho de uma estrela no céu se altiva

Menino buxudo na beira da praia
Fazendo pedido à estrela cativa


Estrela cadente caindo da malha
Menino escangalha o desejo e suspira
Pois sabe que o brilho da estrela não falha
O menino, a estrela, o desejo e sua vida


(Jessé Costa)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Circo de um real










Neste circo tem de um tudo:
Tem trapezista com medo de altura
Bailarina, mulher barbada, contorcionista
Leão tomando leite em mamadeira
Tem urso que mais parece um cachorro magro
Macaco andando em bicicleta de rodinhas
Tem globo da morte sem morte
Homem bala levando pipôco no fundo
Tem corda bamba de concreto
Mágico com cartola furada
E até algumas palhaçadas.

Senhoras e senhores
Sejam bem-vindos ao circo de um real
A lona é furada
Mas a noite está clara
Lá dentro lhes aguarda o palhaço mais palhaço do mundo!
(Jessé Costa)

quarta-feira, 26 de março de 2008

Forró Bom da Gota

Chego numa sala de reboco
O zabumbeiro tá com o diabo no couro
E o forró tá com a gota serena..

Tava faltando só eu mermu!

Ouxe morena, tá me olhando puquê?
Gostou foi?
Então se aproxêgue aqui..
Ixxe que seus zóinhos me cativaram
Vamu ali tomar uma lapadinha?

Eita que a noite tá é bonita eihn?
Arrepare na Lua tucaianu nós dois..
Ai ai morena que tu arritmiou meu coração
Rrumbora pra um lugar mais escurinho, vamu?

Eita forró bom da gota!

Era a zabumba dando o rítmo
O sanfoneiro só no miado do gato
O triangueiro no telengo-tengo
E a moreninha sussurranu em meus zuvido!


(Jessé Costa)

terça-feira, 25 de março de 2008

Sete

Tenho sete sorrisos diversificados:
  1. Quando a imagino
  2. Quando a vejo
  3. Quando brigamos
  4. Quando escuto suas reclamações
  5. Quando fazemos as pazes
  6. Quando ela sorri
  7. Quando sorrimos juntos

Tenho sete dúvidas encontradas:

  1. Estava ali?
  2. Sonhei?
  3. Percebi?
  4. Perpassei?
  5. Conheci?
  6. Consegui?
  7. Conquistei?
Tenho sete desejos despertados:
  1. De falar
  2. De se abrir
  3. De beijar
  4. De sorrir
  5. De amar
  6. De estar
  7. E sentir!


(Jessé Costa)

sábado, 22 de março de 2008

Gosto das Nordestinas

Gosto das mulheres fortes
Que nem a sertaneja com doze barrigudinhos a criar!

Gosto de mulheres difíceis
Como achar nota de 50 reais no chão em mêi de feira!

Gosto de mulheres sabidas
Feito o pastor que diz: me dê agora que Deus lhe paga!

Gosto de mulheres doces
Como uma chuva de caju que cai no calor de novembro!

Gosto de mulheres belas
Como um vento bem forte num pasto bem grande!

Gosto das mulheres Nordestinas
Aquelas que são fortes, difíceis, sabidas, doces e belas!


(Jessé Costa)

Beijo Completante

Daria tudo por um beijo
Não um beijo “aguardente”
Daqueles que é só desejo
O qual se dá em qualquer gente

Quero um beijo completante
Desses que nos preenche
Que enche o peito de alegria
Que deixa o sujeito demente

Só que um beijo desse jeito
Não se ganha facilmente

Então o que aconteceria
Se eu te beijasse de repente?


(Jessé Costa)

sexta-feira, 21 de março de 2008

Ode a meu Avô

O mundo é uma bodega pequena e sortida,
mais dias ou menos dias a gente se encontra..


E se talvez um dia, passando
pelas prateleiras do amor
Eu encontrar metade da mulher
que meu avô encontrou

Que me dê carinho
e muitas provas de amor
Não se esquecendo de ter um mói de filhos
E que sejam tudo douto

Aí sim no final da vida
Eu deixo esse mundo de cabeça erguida
Pois eu fui metade do que foi meu avô!


(Jessé Costa)

Na Escola da Vida

O futuro a Deus pertence
A minha mãe já dizia
Se a gente soubesse o canto
Onde o amor faz vigia
Era por esses caminhos
Que todo mundo iria

Pois sorte teve meu pai
que quando na escola entrou
lá pelos lados dos estudo,
dos livros ele encontrou
uma professorinha bela
e num é que foi por ela
que o peste se apaixonou!

A professorinha bela
Ensinava-lhe a história,
E ele todo sem demora
Danava-se a aprender..
Porém era a aprender
A galantear a senhora
E em seu ouvido com uma história
fez ela se derreter..

Pois o amor sem aviso
Chega de manso e solapa
Do coração indefeso
Quebra a armadura e rasga a capa
E dessa teia cruel
Nenhuma pessoa escapa

E é por isso que eu vou dizer
E quem quiser que ache ruim
Não há um sujeito de sorte
Pra ter sorte igual a mim
Pois ainda tenho até a morte
Pra encontrar o meu amor
E lhe contar uma história assim..


(Jessé Costa)

Bodas de Prata

Eu não vou poder falar
Dos vinte e cinco anos de casados
Pois nasci em oitenta e sete
E além de novo sou mêi tapado

Por isso vou lhes dizer
Em forma de recital
O tiquím que eu conheço
Desse tão belo casal

Tanto ele quanto ela
São feito imã quebrada,
Que quando um tá virado
Os dois num se entendem em nada

Por isso arreparem bem
Com esse amor é louco
Hora são imã quebrada
Hora a parede e o reboco

Pra bem dizer eles dois
São feito a o pincel e a tinta
Tal qual a cera e o trapo
Sem um o outro não limpa

Pensar em um sem o outro
É coisa que não conjumina
Feito telhado sem telha
Que nem pintor sem resina

Como tiro dado sem bala
E matador sem a quem matar,
Feito coice dado no vento
E o controlador desatendo
Aos aviões do radar

Por isso sem arrudeios
Só vim aqui pra contar
Que a matriz do meu amor
Só tem duas filiá

Seu Jessé e Dona Izabel
Que vivem nessa Babel
Hora sem se entender
Mas sempre a se amar!!!


(Jessé Costa)

A Papoula

foi num sorriso de bochecha
que um dia busquei inspiração
pra escrever este versinho
dando voz ao coração...

.
O seu sorriso faceiro
Me bochecha e me colora
Nesse teu jeito matreiro
Alguma coisa me sonora
E eu em formato de doido
Esqueço o dia e a hora.
.
(Jessé Costa)