A felicidade é uma madama
Orgulhosa e metida à burguesa
E por ela todo homem clama
Pois reluz com tamanha clareza
Que espalhando seu brilho faceiro
Faz cair o mais feroz guerreiro
Quão calibre tem sua beleza
É sereia que canta suave
E enfeitiça pobres marinheiros
É a leveza do vôo da ave
Que embriaga o cancioneiro
É o segredo, sombrio e sagrado
Que até hoje não foi desvendado
Por nenhum grande aventureiro
Alquimistas procuram expressão
Que conduza a tamanha proeza
Já os sábios recorrem à razão
Também não encontrando certeza
E tomados pela desventura
Se recolhem a sua pequenura
Aflorando uma grave fraqueza
No obstante, o ignorante
Que nada grandioso almeja
Vai tocando sua vida adiante
Sorridente, tudo lhe graceja
É de fato feliz de verdade
Pois não caça a felicidade
Sendo assim ela que lhe corteja
Um comentário:
Quero parabenizar-lhe por tamanha beleza de seus textos. Este, particulamente, me tocou mais profundamente. Você tem muito talento.
Abraços e uma boa caminhada.
Postar um comentário