Sorriso igual ao teu não há no mundo
E o teu olhar castanho é oriundo
D’abóbada onde adormece o céu;
O teu cabelo escorre como um véu
Guardando da ribalta um infante rosto,
Na osfresia o teu cheiro tem gosto
E a tua boca esconde um firmamento
Onde um palavrear, no tempo ao vento,
Navalha o dia que morre deposto.
E como não te amar em demasia
Se o quadro que pintaste no meu peito
Tem o traço mais firme e perfeito,
Pintado nas cores da fantasia.
Amar-te eu já queria e não sabia;
Sonhar-te era algo rotineiro
E te encontrar, o ato derradeiro
Que culminou num sentimento lato,
Extrapolando o meu melhor extrato,
Na forma do amor mais altaneiro!
Autor: Jessé Costa.
João Pessoa, 20/02/2009.
GLOSSÁRIO
- Abóbada - teto arqueado;
- Osfresia - faculdade de sentir facilmente os cheiros;
- Ribalta - série de luzes que ficam ao pé do palco e que iluminam a cena.