sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Peças de Lego

Aos cinco meses de namoro de Ícaro e Thais.

O amor é como um “lego”
Onde as peças se encaixam
e mesmo as mais excêntricas
outras excêntricas acham!

Quem diria a cinco meses,
sem piadas escutar,
que aquela peça solta
encontraria seu par?
Pois não é que aconteceu,
que outra peça apareceu
e os dois se acoplaram!
E o encaixe é tão perfeito
que não deu pra achar defeito
nesses meses que passaram!

Estas duas peças juntas
formam o ajuste ideal
sem interferência ou folga
se completam por igual
e da forma que estão
não se desencaixarão
nem sequer por um instante
pois sabem das suas sortes,
de que juntos são mais fortes
e irão bem mais distante!

João Pessoa, 24/02/2010.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Superego

Poeta! Pára com isso!
Levanta tua cabeça!
Viver é seu compromisso,
Não deixe qu’ele esmoreça!
Olha quanta coisa bela
Passa na tua janela
E toca na tua alma.
Poeta! Bola pra frente
Que a vida não espera a gente
Ela segue e deixa o trauma...

Poeta! Uma coisa é certa:
Sofre-se pra evoluir!
Os traumas sãos os degraus
Que nos permitem subir!
Um trauma bem superado
Morre no tempo passado!
Poeta presta atenção:
Auto-estime seu juízo,
Destraumatize o sorriso
Que as coisas se ajeitarão!

João Pessoa, 21/02/2010.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Estes Sonhos!

Já não agüento sonhar
Sonhar com essa senhora
Sonhar e chorar dormindo
Despertando de hora em hora
Estou com medo dos sonhos
São cada vez mais tristonhos
E estão a me definhar
E eu peço a Deus toda noite
Pra me poupar desse açoite
Não me deixando sonhar!

Não sei mais viver sozinho
Por isso que sofro assim
Triste, envergando todinho
Não mais ligando pra mim
E até aí eu agüento
Mas esse sonho é um tormento
Que vem me deixando louco...
Como que eu posso dormir
Se eu sei que ela vai surgir
E eu vou morrer mais um pouco?

Deus, só me deixe sonhar
Com coisas boas, candura...
Morfeu tu és deus dos sonhos
Poupe-me dessa tortura...
Morfeu me dá tua morfina
Faz que outra mulher-menina
Habite nos sonhos meus;
Quero minha paz de volta
Por favor, sonho, me solta
E quando for: - Vai com Deus!

João Pessoa, 20/02/2010.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Férias Transversais da UFPB

É um luxo incomum
Ter férias na federal
E desde que lá entrei
Nunca tive folga igual
Porém mesmo ainda assim
É um tanto quanto ruim
Ter repouso em fevereiro
Se, no mundo, toda gente
Já esta de volta ao batente
Pois folgaram em janeiro!

Agora veja você
Que mesmo que seja pouco
Quando a trégua acabar
Volta à vidinha de louco
De aspirante a engenheiro
Que se ferra o curso inteiro
Que se mata de estudar
Por isso aproveite as férias
Não chore poucas misérias
Que as aulas tão pra voltar!

João Pessoa, 19/02/2009.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Índio e a Mulher

Eu admiro a mulher
quando sai pra paquerar:
passa quase duas horas
só para o rosto pintar.
Pois vejam só se não é:
somente índio e “mulé”
se pintam pra ir caçar!

João Pessoa, 17/02/2010.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O Estranho Passarinho

Eu nasci um passarinho
que no mundo voa leve
pousando de ninho em ninho
sempre sendo muito breve!
Gostava da liberdade
de voar na imensidade
e assim era feliz...
Pelo mundo ia voando,
vivia sempre cantando
na vida que sempre quis!

Mas um dia de bobeira
avistei algo no chão,
fui olhar o que é que era
e caí no alçapão...
E de lá eu fui levado
pr’um estranho engradado:
uma gaiola pequena,
onde logo no começo
eu busquei a todo preço
escapar daquela pena!

Mas o tempo foi passando
e eu não via resultado
em ficar me desgastando
com o gênio revoltado
e assim fui aceitando
aos poucos me adaptando
vendo pontos positivos,
vendo a realidade:
“Comida tem a vontade!
Vou fugir por que motivos?”

O tempo puxando tempo
puxou um ano e dois meses
e eu já voltara a cantar
mais feliz que em outras vezes!
Minha vida era perfeita,
era essa a receita
da real felicidade:
viver sem preocupação
tendo tudo em minha mão
sem maior dificuldade.

Porém algo aconteceu
sem aviso, sem ter hora,
alguém abriu à gaiola
e me colocou pra fora!
Eu fiquei atordoado
embaixo dela parado
sem saber o que fazer.
Queria voltar pra dentro
mas a portinha no centro
não me deixava volver!

Desta forma eu fiquei
livre, com minha soltura
porém sem saber viver
numa vida “a natura”!
Então fico aqui sozinho
embaixo do antigo ninho
nutrindo falsa esperança
que a gaiola se abrirá
e que tudo voltará
àquela velha andança!

Fico aqui me recordando
da minha vida de rei
e tudo aquilo foi bom,
mesmo os quilos que ganhei!
E é por isso que reluto
em desistir do reduto
que aprendi a adorar
e assim eu vou ficando:
esperando e esperando
sem nem pensar em voar!

Porém sei que algum dia
eu enfim irei notar
qu’a gaiola bem fechada
para sempre irá ficar
e cansado da miragem
terei que tomar coragem
d’encarar a imensidão,
alçar vôo novamente;
pra quem sabe, de repente,
cair n’outro alçapão!

Timbaúba, 13/02/2010.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Lembrando das Flores

Hoje o que mais me arrasa
é não saber ter rancores
pra conseguir esquecer
todo este amor e suas dores
pois no escuro e sozinho
Poeta não lembra espinho
só se recorda das flores...

Muito mais fácil seria
se acaso eu não fosse assim
e conseguisse lembrar
somente do que foi ruim
porém só lembro de amá-la
e a cada noite isso abala
e arrasa um pouco de mim...

João Pessoa, 10/02/2010.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Essa Mulher

Essa mulher tem um “Tchum”
Qu’eu não sei o que é que é
Só sei que só ela tem
Esse... "Tchan", esse... “Tcheré”
E só basta eu pensar nela
Pr’arrepiar a canela
E os cabelos do meu pé

Essa mulher tem um “Afff”
Eu nem sei dizer direito
É um... “Pluft”, é um... “Plaff”
Que chega me esquenta o peito
Essa mulher não é bela,
A beleza inveja ela
E quer ser do mesmo jeito!

João Pessoa, 08/02/2010.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Bloco do eu Sozinho

Neste carnaval eu vou
Botar minha fantasia
Vou seguir qualquer orquestra
Que “frevorizar” folia
E sem perder o compasso
Vou demarcar meu espaço
Sendo a minha envergadura
E a mulher que nele entrar
Num só beijo perderá
Qualquer traço de candura

Neste carnaval eu vou
Vou fazer o qu’eu quiser
Vou dançar frevo à vontade
Num vestido de mulher
Vou curtir a mocidade
Pelas ruas da cidade
Seguindo agremiações
Com o coração sem foco
Conquistando em cada bloco
Outros tantos corações!

João Pessoa, 06/02/2010.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Equilíbrio

Tudo muda, até mesmo a surda-muda!
Com o tempo tudo acaba por mudar...
É a vida, é a nossa natureza;
Universo buscando se equilibrar
Um equilíbrio que altera os dois lados
Mesmo qu’esses não quisessem se altear
São mudanças que por vezes não têm graça
E se acaso um dos lados não gostar
Tudo passa, até mesmo a uva-passa!
Amanhã ele nem mesmo vai lembrar...

João Pessoa, 05/02/2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desabafo de um Super-Herói

Tenho a força de um colosso
Ainda assim não consigo
Desatar o nó que amarra
As palavras que hoje digo:
Desde que perdi o abrigo
Qu’eu tinha no teu abraço
Toda proeza qu’eu faço
Já não faz mais diferença
E assim já não compensa
Ser feito de puro aço...

Pra que vou querer voar
Se quando perto da lua
Mais uma vez vou lembrar
Da minha boca na tua?
E a super velocidade
Perdeu sua utilidade
Pois nem mesmo contra o vento
Na minha maior carreira
Quebrando todas barreiras
Não voltaria no tempo...

Mas o que mais me maltrata
São os meus super sentidos
Pois com minha dor de amor
Um mortal tinha morrido
Amar assim como eu amo
É algo sobre-humano
Que nem dá pra explicar
Basta dizer que isso dói
E mesmo um super-herói
Não escapa de chorar!

João Pessoa, 04/02/2010

Se eu Fosse Dono do Mundo

Se eu fosse dono do mundo
Eu iria assim geri-lo:
Pra cada ronco de bucho
De pão doaria um quilo
Pra cada falta de teto
Moradia e asilo.

Se eu fosse dono do mundo
Era outra a humanidade
A morte só levaria
Quem fosse ruim de verdade
E ninguém mais morreria
Por passar necessidade

Se esse mundo fosse meu
Tinha outra conjuntura
Eu acabaria as guerras
Mudando a agricultura
Pois se eu só plantasse amor
Só se comia ternura!

Mas o mundo não é meu
E no fundo, lá no fundo,
Não vale muito sonhar
Se não o sonhar, Raimundo,
Qu'o mundo só vai mudar
Se mudarmos, todo mundo!

João Pessoa, 02/02/2010