quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tal e qual um Pardal

O poeta Vinícius Gregório, que reside no Recife (onde estuda) mas é natural da cidade de São José do Egito-PE, compôs um soneto da mulesta intitulado "Eu e o Galo-de-Campina", o qual ele arrematou dizendo: O meu canto é um canto de lamento. / A gaiola é o o meu apartamento. / E a saudade que sinto é do sertão. E foi justamente parafraseando esse fantástico soneto que rabisquei os versos abaixo:


Tal e qual um Pardal



Que saudade me dá de Timbaúba
Da caiana, a colheita, o malunguinho;
Da cultura que o tempo não derruba;
Do reisado, do boi e caboclinho.

Como é grande a saudade que me encerra;
Do meu mato, meu céu, do meu cantinho.
Tanto tempo distante a minha terra;
Tou morrendo, meu Deus, devagarzinho!

Sem sertão, se Vinícius se destina
A sofrer tal qual Galo-de-Campina,
Eu sou mesmo que ver a um Pardal

Que definha cativo à beira-morte,
Tando longe do ar da Mata Norte
Preso num alçapão na capital!

João Pessoa, 23/11/2010.

3 comentários:

Unknown disse...

Minino Poeta Jessé....boa noite!


....saí do alçapão enquanto há tempo....ninguém merece uma gaiola.Na gaiola fica apenas quem vive de SONHOS.
Abraço.

Kerlle de Magalhães disse...

Que soneto magnífico meu grande poeta da Mata Norte!!!!

Pedro Torres disse...

Poeta, dê licença pra eu publicar essa sua prosa no nosso Decanto de Poetas.

Negócio primeira de luxo, poeta!

Pedro Torres