terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ode a saudade

Mote do poeta Luiz Homero:

"Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida!"



Ao destino de ser só,
Saudade é força contrária;
Numa artéria coronária
A saudade é feito um nó!
Quando lembro de vovó
Saudade é dor que trucida,
Mas justo ela valida
Que vovó era amada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida!

Tudo aquilo que é bom
Quando um dia chega ao fim
Logo de cara é tão ruim
Mas depois muda seu tom.
Recuperar-se é um dom,
Lembrar sem dor é partida;
Nossa vida só tem ida,
Saudade é a ré quebrada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida!

Saudade das brincadeiras,
Da meninada na rua,
De ver a vizinha nua
De cima das goiabeiras,
Que saudade das carreiras
E a pipa mal construída
Que até dava subida,
Mas nunca foi batizada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida!

Sem ter medo dos tormentos,
De saudade eu me equipo;
Modelos de todo tipo
Guardo nos meus pensamentos.
Pra infinitos momentos
Uma saudade é erguida,
Desde a cidade querida
E até da ex-namorada
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida!

João Pessoa, 06/12/2010.

Nenhum comentário: