quarta-feira, 29 de junho de 2011
Moça Quimera
Me olhe, mas olhe rindo
Qu’eu sorrirei pra você,
Tal qual faz o sol surgindo,
Sorrindo pro amanhecer!
E me olhe, assim, de frente;
Declarando abertamente
Que o teu olhar é meu,
Porque meu olhar te viu
E, brilhando, ele assumiu
Que quer ser todinho teu!
Me abrace, mas me abrace
Com todo gosto e sem pejo;
Com a força do enlace
Da pata de um caranguejo,
Me arroche na coluna
Num abraço que nos una,
Tu e eu num só sujeito;
Que desse jeito, abraçado,
Eu tou mais que preparado
Pr’um mundo de qualquer jeito!
E não suma. Não s’evada
Logo assim qu’eu acordar,
Fique comigo abraçada
Depois que o sonho acabar.
Fuja desse surreal,
Venha pro mundo real,
Apareça de verdade
E me olhe, e me abrace,
Que só tu pr’eu ver a face
Dessa tal felicidade!
João Pessoa, 28/06/2011.
sábado, 25 de junho de 2011
Teu Rosto – Moça-de-raio-de-sol
Já corria o segundo dia do mês de abril do ano de 2010 e lá estava eu, totalmente encantado. Encanto proveniente do descobrimento da Moça-de-raio-de-sol.
“Que sardas mais lindas” – Lembro desse pensamento como se o estivesse pensando agora (o que, de fato, ainda estou).
Tudo isso porque aquela Senhorita era, e ainda é, a feliz proprietária das sardas estelares mais brilhantes de todo o céu que alcança a vista do pensamento humano. Sardas estreladas formatando, no seu rosto, a constelação homônima da “Moça-de-raio-de-sol”.
Não tinha como deixar de ser... No segundo dia do mês de abril do ano de 2010 eu me arrebatei e sintetizando o encanto concluí: “Nessa visão congelo; perco o verbo, perco o verso...”
Nesse dia escrevi uma poesia pra ela.
Contudo e contando, agora venho aqui arreganhar outra vez esse caso porque a compositora Bruna Alves, minha cantadora do estopô, deu essência a tal referida poesia; transformando-a em música¹.
E é sem mais arrudeios que, logo abaixo, disponho o tiquinho da beleza da Moça-de-raio-de-sol que, à época, consegui rascunhar em palavras. Juntamente ao rascunho segue, ainda, o presente em forma de melodia que nos foi dado a pouco pela Bruna Alves:
Tuas sardas são estrelas
fugidas do firmamento
que encontraram aposento
por entre tuas orelhas
e à sombra das sobrancelhas
mais lindas do universo
mora um olhar perverso,
perverso por ser tão belo;
e eu nessa visão congelo,
perco o verbo, perco o verso...
Teus olhos são duas luas
que alumiam tua face
e se o teu sorriso nasce
ilumina toda a rua;
tua tez espalha, nua,
o tom da tua emoção
e estas tuas sardas são
estrelas num céu de agosto
que desenham em teu rosto
a tua constelação!
¹ Vale salientar que a Moça-de-raio-de-sol, que ouviu em primeira mão a canção, está na torcida para que a banda “Garota Safada” ou qualquer outra dessas bandas de Forró de Plástico gravem uma versão da música. Tudo isso só pra me ver morrer do coração.
sábado, 18 de junho de 2011
Um pedido pela Moça-de-raio-de-sol
RAFAELY foi feita de um raio de sol. Ela é a própria luz no formato de gente humana. Um facho de claridade 24h diárias. Luz que pipoca do pulsar de um peito-astro-solar, desce pra barriga, dá um nó no umbigo, sobe de novo pra garganta e se gargalha luzindo em formato de sorriso.
Quem já conhece Rafaely sabe e quem vai conhecendo, ao perceber, se encanta; que Rafaely foi feita de um raio de sol.
Todavia, como também o sol tem sua luz eclipsada pela lua, Rafa está passando por um momento difícil na sua existência. A moça-de-raio-de-sol, minha eterna “Senhorita”, está com um câncer raro (um sarcoma) e se submeterá a uma cirurgia pra retirada de toda a clavícula e escápula. E o caso é que ela está precisando levantar, dentro de menos de 10 dias, a quantia de 20 mil reais; para assim adquirir uma prótese que substituirá o tecido ósseo retirado.
Por isso vim aqui pedir encarecidamente a todos vocês, que nos acompanham nessa vida estranha e sem muito sentido, que ajudem a Moça-de-raio-de-sol – a Rafaely, Rafa, Xanim ou simplesmente a Senhorita.
Qualquer doação é de grande valia.
Por favor, nos ajude nesta luta!
As doações poderão ser feitas para:
Conta Corrente: 21.324-1
Banco do Brasil, agência nº 1619-5
Nome do favorecido: Rafaely Dantas de Castro.
Um Abraço e muita saúde a todos!
O Mundo Novo
Zamberg Tales tentou
Botar um breque no tempo
E d'um tanto se atrasou
Inventando contratempo
que por muito não notou
que o mundo se transformou
e qu’ele ficou pra trás.
Foi notar nessas semanas
ao comprar uma havaianas
e pagar 30 reais!
João Pessoa, 18/06/2011.
sábado, 11 de junho de 2011
Negócio de vender água
Jurailde Fura-Pão
De tanto não furar couro
Viu dizer que não demora
E água vai valer ouro
E apressando suas pernas
Construiu quinze cisternas
Pra garantir seu tesouro!
Decidiu não tomar banho
E deu pra andar pelado
Pra não ter que lavar roupa
Com o líquido sagrado
E a água qu'ele bebe
É só pra não dar a febe
De morrer desidratado!
Deixou morrer o roçado,
Açude canalizou
E o gado malamanhado
Que o dito não despachou
De sede tá se acabando
E o povo tudo falando
Que Jurailde endoidou
E ele enchendo as cisternas
Diz que depois enche é vaso,
Decidiu e bate pronto
E caso alguém crie caso
Diz que vai ser milionário
Pois é um grande empresário
Com visão de longo prazo!
E eu não duvido não,
Pois pela nossa conduta
Daqui a uns 30 anos
A água boa se enxuta
E a gente vai tá, tudinho,
Comprando água em saquinho
A esse fela-da-puta!
Timbaúba, 11/06/2011.
Arretança Divina
Deus desceu de lá pra cá
E observando a terra
Disse: puta-quiu-pariu,
Quem disse que Deus não erra?!
Na busca de um ser que alcança
Minha imagem e semelhança
Fiz esse que só me ferra!
João Pessoa, 11/06/2011.
domingo, 5 de junho de 2011
Vevança
Mode eu não ser estudado
Por ser da zona rural
Mode o meu palavreado
Atropelar os plural
Mode eu não ser lá um missi
Dos falatório difíci
E das palavra estrangêra
Mode eu ser merminho assim
Tu fica rinu de mim
Mas isso eu acho bestêra
Pruquê eu trago no quengo
O que ninhum livro trás
E do qu’eu sei tu não sabe
O que faço, tu não faz
Pôi tudo quanto aprendi
Eu vivi, eu vi, não li
Limpei foi bosta em curral
Mode aprender com a lida
Que a vevança da vida
É que atropela os plural!
João Pessoa, 05/06/2011.
sábado, 4 de junho de 2011
Pedra rio abaixo
Eu, sendo Pedra rochosa,
Filho de um grande lajedo,
Pr’uma vida grandiosa,
Decidi e, logo cedo,
Sedento por desafio,
Embolei até o rio
Me agarrando à correnteza,
Começando uma viagem
Sem bilhete de passagem
Nas águas da incerteza.
Preso só a libertade
De não se prender a nada,
Seguia o rio com vontade
Numa rota sem parada
E pra onde o rio seguia
Confesso que não sabia;
Mas me era indiferente,
Pois pra mim era o bastante
Ser a Pedra itinerante
Que seguia sempre em frente.
Diferente das demais;
Pobres Pedras incrustadas,
Estaticamente iguais
E de lodo lodeadas.
Pedras paradas qu’eu via,
Enquanto o curso descia
Cada vez mais confiante
De que eu que estava certo,
Um monolito liberto,
Uma Pedra itinerante!
Mas, porém, não obstante,
Eu pequei em não notar
Que a água a todo instante
Estava a me desgastar
E d’arranho em arranho
Já não tinha o tamanho
Que ao cair no rio eu tinha
Pois , pra quem beirava um pão,
Eu já tava tal um grão
Peneirado da farinha!
E nessa pisada eu vinha
A ponto de me acabar,
Foi então que ao fim da linha
Esse rio tornou-se mar
E nesse mar marejado
Terminei sendo empurrado
Pelas ondas pr’outra raia
Onde concluí, do todo:
Melhor ser Pedra com lodo
Que’um Grão de areia na praia!
João Pessoa, 04/06/2011.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Nada é perfeito
Que cintura, seio e perna
Que sorriso e que olhar
Linda não, beleza eterna
Que é do tempo se atrasar
Passando em câmera lenta
Quando ela se apresenta
Nos visores do meu peito;
Um peito que se amarrota,
Porque ela nem me nota;
Mas também, nada é perfeito!
UPFB, 01/06/2011.
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