sábado, 24 de dezembro de 2011
Tu que me esqueceu
Já não me pego matutando o que seria
Já não me ouço a perguntar se volta a ser
Já não me importa se eu fiz por merecer
Já nem me lembro se você quem merecia
Já não me vale quem dos dois que mais valia
Já desisti de concluir quem mais perdeu
Já me livrei de quase tudo que era teu
Já não encontro em quase nada as semelhanças
Já me esqueci de quase todas as lembranças
Só não ainda de que tu que me esqueceu...
Belo Jardim, 23/12/2011.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Mote bom da mulesta VI
Numa roda de versos altamente internetizada, com a Poetisa Mariana Teles e Thyelle Dias, versando em cima do mote retirado do livro do Poeta Zé de Cazuza; debulhei do juízo essas duas estrofes.
Mote:
"Acredito que Deus está presente
No silêncio da minha solidão!"
Mesmo quando de noite o medo vem
Pelo espaço tamanho do abandono
E carrega os pedaços do meu sono
Pra tentar me fazer o seu refém
Eu sorrio no escuro e vou além
Dou-lhe um susto no medo e logo então
Digo a ele, com mais convicção:
Se garanta comigo qu’eu sou quente
E acredito que Deus está presente
No silêncio da minha solidão!
Me cansei de viver em prol do amor
De ficar procurando uma paixão
De viver chaleirando o coração
E depois me lascando com a dor
A partir de agora e pro que for
Não m’esforço e nem forço outra ilusão
Vou ficar no meu canto e com razão
Pra que um falso amor não me atente
E acredito que Deus está presente
No silêncio da minha solidão!
Belo Jardim, 21/12/2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Hei de ser um SER HUMANO
Ando muito diferente
Do que quis ser no passado
Eu queria ser HUMANO
Um SER diferenciado
Mas hoje sou só mais um:
Um bicho homem comum
Andando pra o lado errado!
Eu lembro quando moleque
Não entender a razão
Do menino igual a mim
Na praça, dormindo ao chão
Sujo, sem modo, sem nome
E reclamando de fome
Com aquele barrigão.
Eu lembro quando entendi
O absurdo daquilo
Do menino igual a mim
Mas com físico de um grilo
Um bucho só de lombriga
Sem amparo ou mão amiga
De quem passava tranquilo.
Eu lembro quando eu ouvi
Qu’eu seria um dia alguém
E o menino igual a mim
Nunca seria ninguém
Qu’a sorte que Deus me deu
Pro menino ele esqueceu
Ou não quis lhe dar também.
Eu lembro que quis crescer
Pra então mudar o mundo
Onde o povo diz que Deus
Faz algo tão infecundo;
Mas cresci, ficando assim,
E o menino igual a mim
Rotulei por vagabundo.
Fiquei muito diferente
Do que quis ser no passado
Eu queria ser HUMANO
Um SER diferenciado
E perdi-me da proposta
Hoje sou outro ser bosta
Mas eu mudo esse traçado!
Inda é tempo, isso é verdade,
Antes de chegar ao fim
Tenho muito qu'aprender
Pra fechar meu boletim
Hei de ser um SER HUMANO
Contra o destino tirano
Do menino igual a mim!
Belo Jardim, 20/12/2011.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Comentário do Poeta Brás Ivan
Comentando a foto acima, retratada numa confraternização feita por mim e outro estagiário para o colaboradores da fábrica onde atualmente atuo, o malassombrado Poeta/Padre Brás Ivan disse:
A mesa de bar revela,
Coisa ruim e coisa boa
Mas a mesa dessa foto
É da amizade a loa
Jessé! Não terás castigos
Quem tem tanto assim de amigos
Só pode ser gente boa!
Aí, tentando dar ao Poeta a dimensão do quanto esses cabras são grandes de alma e humanidade - indiferente diplomas, cargos e a mulesta a quatro - eu disse:
Pessoas de grande apanha
Seres extraordinários
Indiferente seus cargos
Seus diplomas ou salários
De corpo, alma e tutanos
São grandes seres humanos
Que dispensam comentários!
Belo Jardim 17/12/2011.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Carroça da vida
Eu comparo nossa vida
Como fosse uma carroça
Cada um é seu carreiro
Indo pr’onde achar que possa
E a depender do rumo
Às vezes se perde o prumo
Em caminhos mal tomados,
De pedras, curvas, ladeiras;
De sei lá quantas porteiras
Repletas de cadeados!
E quando a gente acelera
Na pressa do “quero agora”
A carroça segue oca
Pelos caminhos afora
Com sua carroceria
Completamente vazia
De qualquer aprendizado
Segue assim desembestada
Mas chega ao fim da estrada
Sem ter de nada agregado.
Quando vamos devagar,
A carroça rende mais
Tendo tempo de agregar
As coisas que a estrada trás
Segue a carroça da vida
Sendo então abastecida
Com sacos de pensamentos
Humildade, humanidade
Tristeza, felicidade,
E outros tantos sentimentos!
E se a carroça da vida
Se trupica num buraco
Do estoque de alegria
Vez por outra cai um saco
E com alegria a menos
Nos sentimos tão pequenos
Que a viagem desanima
Mas, com fé, um peregrino
Que atende por destino
Joga 10 sacos pra cima!
Belo Jardim, 14/11/2011
Faz parte - Versos femininos
Queria ser, lá que fosse
Do teu gosto alguma arte
Do teu frevo uma sombrinha
Do teu bloco um estandarte
Mas se tu não quer qu’eu seja
Faz parte não ser, faz parte...
Bem melhor ser o enfarte
No peito de quem me quer
Quando solta e semi-nua
Dispa de pudor qualquer
Entregar-me a este tolo
Sem sentir nada sequer...
Faz parte, meu bem, faz parte
Viver é isso ou não é?
Belo Jardim, 15/12/2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Respostinha encabulosa
Ao ser perguntado sobre minha saudade, eu disse:
Saudade é palavra pouca
como é pouco tudo o mais
se fosse pra ser saudade
a falta que tu me faz
não sobraria saudade
dentre todos os mortais!
Belo Jardim, 14/12/2011.
Saudade é palavra pouca
como é pouco tudo o mais
se fosse pra ser saudade
a falta que tu me faz
não sobraria saudade
dentre todos os mortais!
Belo Jardim, 14/12/2011.
A menina dos meus olhos
A menina dos meus olhos
tem os olhos clareados
que do verde pro castanho
deixam meus olhos vidrados
e meus olhos nos seus olhos
não enxergam maus-olhados!
Belo Jardim, 14/11/2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
É capaz de pensar que me amaste
Eu mudei, tu mudaste, nós mudamos
O que fomos não somos, hoje, mais
Quando o ano passou ficou pra trás
Um pedaço de nós que não usamos
E agora que nos reencontramos
Eu te olhando percebo que mudaste
Mas se queres saber, só melhoraste
Com o tempo ganhaste mais encanto
E teus olhos me olhando brilham tanto
Qu’é capaz d’eu pensar que me amaste!
Belo Jardim, 06/12/2011.
Saudade sem vergonha
Bem queria, nessas horas
Que me sinto mais sozinho
Desfrutar do arrepio
Que me vem do teu carinho;
Bem queria, nesse instante
Ser nós dois num só quadrante
Braços, beijos, tudo o mais...
Que aí - Ave Maria! -
Até Deus se assombraria
Na altura dos teus ais!
Belo Jardim, 06/12/2011.
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