Nos "asseguires" segue uma parceria incidental minha e do Poeta Gleison Nascimento, nascida de uma décima de 11 sílabas que fiz e o Poeta seguiu nesse meu mote.
MOTE:
"E lá se perdeu outra quase que Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar"
MOTE:
"E lá se perdeu outra quase que Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar"
Jessé Costa:
No dia que deu por gostar de Leléu,
Tereza de Joca perdeu-se na vida;
Vestiu um vestido, se fez esculpida
Soltou seus cabelos, ficou um pitéu;
Querendo o pecado, esqueceu-se do céu
Chegou em Leléu e danou-lhe um olhar
Que (Vixe Maria!) Leléu sem piscar
Sumiu com Tereza detrás duma planta
E lá se perdeu outra quase que Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar!
Gleison Nascimento:
Mocinha de Tana, mulher de respeito
daquelas que dá muito gosto de ver.
Perdeu-se na vida após conhecer
Birinha-Bidóga, malandro suspeito.
Birinha meteu logo a mão em seu peito,
pegou-lhe de jeito, capaz de torar,
deu beijo de boca, levou pra jantar,
depois a Mocinha é que foi sua janta
e lá se perdeu outra quase que Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar!
Jessé Costa:
Cremilda Lindóia tão linda e tão pura
Cabaça zerada, carola de igreja
Bebeu só um gole de uma cerveja
E pronto! Bastou, foi grande a loucura:
Cremilda botou uma mão na cintura
A outra no quengo e danou-se a dançar
Puxou Nego Tõe, começaram sarrar
De beijo de boca, de língua e garganta
E lá se perdeu outra quase que Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar!
Gleison Nascimento:
Danado foi ver Antonina de Zé.
Mocinha formosa, criada em convento.
Depois de crescida queria um rebento,
saiu se agarrando com homem e mulher...
Mudou-se pro quarto d'algum cabaré,
trabalha fiado... Não sabe cobrar,
só vive escorada na porta dum bar
catando o malandro que mais lhe encanta...
E lá se perdeu outra quase que Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar!
Jessé Costa:
Mulher quando endoida que sobe seu facho
Não há nesse mundo “consêi” que a suprima
É fogo subindo de ladeira à cima
É água descendo de ladeira à baixo
Neném de Dudé já raspou tanto tacho
Dos machos da feira que vão lhe “ajudar”
Que chega dá pena Dudé vir falar:
“Neném de tão quieta parece uma infanta”
Pois lá nunca foi nem de longe uma Santa...
Tem vaga no céu e ninguém pr’ocupar!
Parceria Internetada, Miúdos de Fevereiro de 2012.