domingo, 17 de agosto de 2008
Do chão as Nuvens
Certo dia um pobre cão abandonado
Perambulando solitário pela rua
Olhou pro céu e viu brilhar aquela lua
Que entre as nuvens governava seu reinado
E o pobre bicho; de tristeza, embriagado,
Soltou um uivo que soou em sustenido
E se prostrando ante o chão, desguarnecido,
Em um adeus olhou pro céu mais uma vez,
Fechou os olhos e deixou de ser freguês
Daquela vida que tornou-lhe um falecido
E esse cão dormiu um sono tão comprido
Que acordou-se transvertido em estrela
Que com a lua ilumina uma centelha
Das ditas noites que acalantam os vencidos.
Vendo que tudo que passou tinha valido
Hoje irradia alegria em ser um astro
E pr’outros cães é um suporte, um forte mastro
Pra quem se sente mais um lixo abandonado.
Paquera as nuvens e por elas é beijado
Num movimento para o qual se faz um lastro
João Pessoa, 17/08/2008.
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2 comentários:
Caro Jessé
Menino não desista da poesia...ela é uma parte da sua alma...perpetue-a....
..quem dera prá tantos ser esse cão abandonado.
abraço...
Roserlei
Deliciosamente inadjetivável...
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