- Um mote de Antônio Telha -
Corre um mundo de cana
Pelos dois lados da pista,
Pra onde se vai à vista
A noite seguirá plana;
Nesta paisagem caiana
Que é pintada na fronte
- Por entre o rio e a ponte,
Na displicência só sua -
EU VI OS SEIOS DA LUA
NO DECOTE DO HORIZONTE
Um vento frio, sereneiro,
Sobe a ladeira do Borge*
E ali um treminhão foge
De um fim açucareiro.
Nega varrendo o terreiro,
Uma cadeira defronte;
A santa, o jarro, a fonte;
Galinha, porco, perua
E EU VI OS SEIOS DA LUA
NO DECOTE DO HORIZONTE
Estrelas prenhas de luz,
Nuvens tom de cinza forte,
O cheiro da mata-norte
Que o mel de engenho produz;
E a noite assim se conduz,
Subindo e descendo o monte,
Caiando a beira da fonte
Pra nega se banhar nua
E EU VI OS SEIOS DA LUA
NO DECOTE DO HORIZONTE
Autor: Jessé Costa.
João Pessoa, 18/01/2009
*Ladeira do Borge é uma das ladeiras que dão acesso a cidade de Timbaúba
domingo, 18 de janeiro de 2009
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