- Um causo timbaubense -
Doralice é uma moça
Que de moça não tem nada;
Faz na cama, no banheiro,
No terreiro e na escada.
Da fruta prova de cacho,
Come tudo que é macho,
Bem dizer, vive pelada!
E Dôra se apaixonou
Por conhecido ladrão,
Que o povo famigerou
Pelo apelido de “Cão”,
Matador por profissão
Que já era emansebado
Com outro couro furado;
Pia mesmo a confusão!
Quando a nega do cachorro
Dava uma vacilada,
Dôra subia no morro
Só pra dar uma pimbada,
Mas de tanta cachorrada
O boato se espalhou
E a outra escutou;
Tava a briga arrumada!
Deu-se, no lavrar do tempo,
O encontro inesperado
E formou-se o contratempo...
A mulher do procurado,
Já de dedos apontados
No mêi da cara de Dôra,
Disse: Sua traidora,
Vou lhe dar o meu recado!
“Sou bafo da espoleta,
Nunca perdi uma briga
E não vai ser uma preta,
Do bucho chêi de lombriga,
Que vai quebrar minha viga!
Eu sou a mulher de cão!”
E Dôra disse: E então,
E eu num sou a rapariga?!
Autor: Jessé Costa.
João Pessoa, 08/01/2009
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
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4 comentários:
KKKKKKKKKKKK essa história eu já escutei ...
ficou muito bom !!!
=*
rss...
muitooooooo boaaa!!!
ah, já tinha dito isso!
=D
=**
ficou óóóóótimo...
faz uma coletânea dessas estórias e lança um livro:
CAUSOS NORDESTINOS por Jessé Costa.
ia vender kisoh viss!!!kkkkkkkk
xeeru
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