Certa vez alguém me fez alusão à importância de negligenciar nossos pontos negativos e em algum momento da nossa conversa essa pessoa me disse, exemplificando sua lógica, que um sofá pode ser confortável, lindo, caro, exclusivo, um luxo; porém se você comentar, por mais sutil que seja o comentário, que esse sofá junta poeira... não adianta... esse sofá, aos olhos de quem te ouve, será lembrado como sendo o sofá que junta poeira...
Não sei se eu concordo com essa teoria, mas meu sofá anda um pouco empoeirado.
Não sei se eu concordo com essa teoria, mas meu sofá anda um pouco empoeirado.
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O Sofá Empoeirado
Lá onde o amor passava
as tardes a se aninhar,
onde esse amor jurava
nunca deixar de amar,
onde os braços se abraçaram,
onde os beijos se beijaram,
onde o sonho foi sonhado;
meio que sem perceber,
hoje ela olha e vê
um sofá empoeirado!
Onde olhos se olharam
e viram um par perfeito,
onde sorrisos voaram
sinceros em seu deleito,
onde uma felicidade
sem prazo de validade
dava-lhes um predicado;
hoje tudo isso enverga
ela olha e só enxerga
um sofá empoeirado!
Pois onde fora esboçado
um futuro terno e manso,
com um casal de velhinhos
em cadeiras de balanço,
de mãos dadas, se olhando
com seus olhares brilhando
no mesmo amor do passado;
lá este sonho perece
e ela só reconhece
um sofá empoeirado!
João Pessoa, 24/05/2010.
as tardes a se aninhar,
onde esse amor jurava
nunca deixar de amar,
onde os braços se abraçaram,
onde os beijos se beijaram,
onde o sonho foi sonhado;
meio que sem perceber,
hoje ela olha e vê
um sofá empoeirado!
Onde olhos se olharam
e viram um par perfeito,
onde sorrisos voaram
sinceros em seu deleito,
onde uma felicidade
sem prazo de validade
dava-lhes um predicado;
hoje tudo isso enverga
ela olha e só enxerga
um sofá empoeirado!
Pois onde fora esboçado
um futuro terno e manso,
com um casal de velhinhos
em cadeiras de balanço,
de mãos dadas, se olhando
com seus olhares brilhando
no mesmo amor do passado;
lá este sonho perece
e ela só reconhece
um sofá empoeirado!
João Pessoa, 24/05/2010.
3 comentários:
Minino poeta ...Jessé!
Leio você, choro e penso na felicidade de alguém poder em versos traduzir sentimentos ...tão puros, tão verdadeiros e que o tempo faz perder a cor...
Obrigada...um abraço.
Que bonito!Os teus poemas, são simples e bonitos.
Obrigada pelo comentário no blog!
Li outros poemas e também gostei muito.
Não gostei não. É triste demais lembrar dos planos, do tempo compartilhado, da certeza aconchegante de abraçar alguém e sentir, mais do que ouvir, que esse alguém tem amor por você. É triste porque a gente geralmente lembra daquilo que já passou, foi perdido ou esquecido.
Em outros tempo eu diria que está lindo, porque está, mas não gostei. Quem ama, como eu amo, não quer ler sobre a dor de perder um amor, não tem como não compartilhar a mágoa ou compadecer do sofrimento.
Beijo.
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