segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Beirada de Açude



Na beirada do açude
O sapo deixa o girino
A piaba se ilude
Fisga a isca do menino
E a vaca mata a sede
Enquanto chacoalha o sino!

A lagarta se encasula
Na sombra de uma folha
Um beija-flor confabula
Beija uma flor caolha
E a formiga é matula
Trabalhando sem escolha...

O girassol se encerra
Quando o sol guarda o açoite
A tarde deita na terra
Adormece, vira noite
E a luz da lua berra
O penar do seu tresnoite!

No anoitado do açude
A saparia coaxa
O encantado se encanta
O curupira despacha
E se folhagem balança
Cumade Fulô se acha!


João Pessoa, 06/09/2010.

Nenhum comentário: