As sextilhas que seguem mais abaixo foram inspiradas num Bornal do poeta Cícero Moraes (CM) que estava pendurado e esquecido há tempos numa parede dos fundos de sua guarida. O caso é que nesse Bornal, que outrora era usado para carregar os frutos das caçadas do poeta, um passarinho (garrincha) deu por fazer seu ninho e lá o poeta ao fazer uma vistorio acabou por encontrar 5 pequenas garrinchinhas filhotes. E foi justamente com esse fato em mente que nós dois desapeamos a escrever as seguintes sextilhas:
CM
Bornal velho aposentado
Já trouxeste das caçadas
Muitas vidas já extintas
Dos bichinhos das chapadas
Há tempos trazias morte
Hoje, vidas renovadas
JC
Dos frutos das espingardas
Há muito fostes nutrido
Hoje matas tua fome
Sendo abrigo guarnecido
Do viver que vistes morto
E agora tu vês nascido!
CM
Vejo um filhote crescido
Ao lado de outros mais
A morte já não habita
Tuas fibras de cizais
És hoje um local sereno
Não verás sangue jamais
JC
Servindo pr’outros Bornais
De espelho em sua causa e sorte
Mostrarás que a vida é grande
Mostrarás que a vida é forte
E que onde ela começa
Não tem espaço pra morte!
Timbaúba, 27/02/2011.
********
Pois não é que um tanto depois eu fui perguntar ao poeta Kerlle de Magalhães o que o danado tinha achado dos versos. E o caso é que o mesmo já havia visto a poesia no site do poeta Cícero Moraes e disse que tinha achado arretado, mas não tinha atinado que JC se referia ao meu nome. Daí não resisti e desatei, dizendo pra o poeta a seguinte setilha nota de esclarecimento:
Esse JC da rima
Que o povo gosta ou desgosta
E se assina assim por cima
Da estrofe troncha e posta
Não é Jornal do Commércio
É o JC do néscio
E poeta Jessé Costa!
Timbaúba, 27/02/2011.