Olhe, eu não sei não viu! Por ser poeta, já sou um fudido por natureza; aí ainda me vem um infeliz das canelas raspadas pra dizer que eu sou viado, porque não me atraco com tudo que é rameira que se chegue de sorriso arreganhado e pernas sem fechadura... olhe, eu não sei não viu!
Meu pai sempre me ensinou a não negar fogo a uma mata que esteja querendo ser queimada, mas ele me ensinou também a não confundir mata com mato!
Ainda mais agora que eu estou andando certinho, fazendo direito, tomando cuidado pra não esculhambar mais ainda minha imagem já avacalhada com o sexo oposto; pra um aprendiz de cabra safado desses querer falar merda e ensinar repentista a fazer rima.
E o pior... pior é que esse desconchavado já tem a mulher dele, moça muito valiosa e merecedora de respeito.
Pois vá seu infeliz... se atraque com tudo que é rascunho de mulher, das feições mal desenhadas e de beleza catrevaginosa. Pois tu não acha isso bonito? Então continue a fazer!
Mas arrepare mesmo:
Toda aranha tece a teia
Numa malha majestosa
Invisível, pegajosa
Que no vão do ar se alteia
E o zangão, macho da “abêia”,
Fora do seu território
Se engancha nesse envoltório
Tava atrás de mais riqueza
Ficou preso e virou presa
Dum destino triste inglório...
Faz “parêia” c’um zangão
O “caba” que tem mulher
E ainda assim ele quer
Viver na depravação
Fique atento cidadão
Qu’esse mundo é “chêi” de manha
Quem bate amanhã apanha
Te aquieta com tua “abêia”
Pra não se lascar na teia
Por conta de outra aranha!
João Pessoa, 18/04/2011.
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