sábado, 26 de novembro de 2011
Entre anjos da guarda
Rosa é todinha de sorte,
Disse seu anjo da guarda,
Não há bala de espingarda
Nem instrumento de corte
Doença ou coisa de morte
Que perturbe sua vida
E, sendo assim, minha lida
É tão chata que entedia
Já tem pra mais de "mil dia"
Qu’eu nem saio da guarida
Pois comigo é diferente,
Disse o anjo doutro lado,
Que Quelé, o meu guardado,
Tá demais inconseqüente
Pois gamou perdidamente
Por Rosa, sua guardada,
E buscando pela amada
Vive num fino da morte
Em instrumento de corte
E em tiro de espingarda!
Por isso meu camarada
Que a muito eu não descanso
Minha lida é puro ranço
Não tenho tempo pra nada
Vivo metido em roubada
Salvando meu protegido
Feliz é você, querido,
Que não tem o que guardar
E nem vive a se estrepar
Por um mal agradecido!
João Pessoa, 04/09/2010.
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