sábado, 28 de junho de 2008

Mas Formigas não Amam!

Formigas deviam ter sentimentos
Pra discernirem da terra a beleza
E assim zelar pela natureza
Ao recolherem os seus alimentos
Mas esse inseto sem conhecimento
Que só existe para seu labor
Poupa a urtiga e destroça uma flor
Para nutrir-se de sua energia
Pois desconhece o poder que teria
Se a usasse em prol do amor

(Jessé da Costa)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Ôh Baixinha Braba Faceira

(A Senhora do Anel de Ácido Inoxidável)

Numa noite de São João
Num resplandecer de lua
Minha boca mais a tua
Se juntaram sem sermão
A hora num lembro não
Mas a noite ia embora
E “euzin” mais a senhora
Com aquele agarramento
Fitamos cada momento
No menisco da aurora


O sol surgia acanhado
Por detrás de uma serra
Brilhando, luzindo a terra
E o nosso chamegado
Disso tou muito lembrado
Pôs a luz que te tocava
Teu rosto me desvendava
Mais lindo que flamboyant
Uma estrela da manhã
Que a mim encandeava


Foi assim o nosso enlace
Um encontro inesperado
Que me deixa arrepiado
E me faz perder a classe
Espero que o tempo passe
Pr’eu te ter de novo perto
Que nosso destino é certo
Logo mais nós se esbarra
Pra tu recair nas garras
Deste escrevedor esperto

(Jessé Costa)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Mecânica da Paixão

Ela é uma linda engenheira
Que pela mecânica da paixão
Pesquisou sua pós-graduação
Se especializou em ser matreira
Mas quando a felina feiticeira
Ainda formulava sua tese
Ao procurar uns cabra que se preze
Pra fazer dos reles mortais cobaia
Fez coisas que nem o diabo de saia
Não faria com um monte de fezes


Maltratou muito homem carioso
Esmagou a auto-estima dos metidos,
Garanhões com os seu egos feridos
Atrás dela como um grude remoso.
Empregava um jeito ardiloso
Que gerava as paixões mais derradeiras
Foi assim que a astuta engenheira
Desgraçando o próprio coração
Conquistou sua pós-graduação
Pra tornar-se uma doutora solteira

(Jessé Costa)

Toda Doutora em Paixão é Solteira

Ela é uma linda engenheira
Que pela mecânica da paixão
Pesquisou sua pós-graduação
Se especializou em ser matreira
Mas quando a felina feiticeira
Ainda formulava sua tese
Ao procurar uns cabra que se preze
Pra fazer dos reles mortais cobaia
Fez coisas que nem o diabo de saia
Não faria com um monte de fezes


Maltratou muito homem carinhoso
Esmagou a auto-estima dos metidos,
Garanhões com os seu egos feridos
Atrás dela como um grude remoso.
Empregava um jeito ardiloso
Que gerava as paixões mais derradeiras
Foi assim que a astuta engenheira
Desgraçando o próprio coração
Conquistou sua pós-graduação
Pra tornar-se uma doutora solteira

(Jessé Costa)

terça-feira, 17 de junho de 2008

O Supra Sumo do Cú do Pato

Tu quer mostrar que é bom?
Quer vir ponderar bravura?
Quer me ensinar o som
Dos dentes em quebradura?
Tu vens me jurar de morte?
Nunca brinques com a sorte
Que'u não gosto de frescura!


Eu vivo a vida sem rumo
e fui criado no mato
Sou feito do supra sumo
Do fundo do cú do pato
Eu sou é tampa de Crush
Pode vir de George Bush
De todo o jeito lhe mato!

(Jessé Costa)

Galope na Beira do Mar

Sonhei, tu surgia aflorando do ausente
Vestida de branco e clamando por mim
Num risco de sonho, voraz querubim
Voando sem asas toda displicente
Já eu ti lançava um olhar indecente
Dos que engravidam somente de olhar
Foi quando chegaste a me desnudar
Com toda volúpia, como furação
Depois tava nós dois rolando no chão
Fazendo galope na beira do mar

(Jessé Costa)

sábado, 14 de junho de 2008

Ao Inexorável, sua Inoxidável

A todo homem que se julga forte
E acha ser um macho inabalável
Reserva-se destino inevitável
De ter no coração um fundo corte
Pois este que abusa de sua sorte
Humilhando corações de outrem
Há de apaixonar-se por alguém
Que no seu jeito faz parede-meia
E é aí que a coisa fica feia
Pois pra madama ele é um ninguém

(Jessé Costa)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sertão dos Tempos Modernos

(Triste Fim do Jumento Lampião)

Lampião era um Jumento
Na caatinga conhecido
Trabalhador dos garrido
Que nunca teve um aumento
Mas não fazia tormento
Perante o seu patrão
Que com as rédeas na mão
Puxava o bicho na estrada
E a poeira levantada
Pelas brenhas do sertão


No lombo do mal amado
Ia preso um caçuá
Pros mangaio carregá
Das feiras pra o roçado
E na roça era o arado
Que lhe dava outra função
Descanso num tinha não
Trabalhava todo o dia
Quando sol ou se chovia,
Agruras da profissão


Mas numa fadada vez
Numa ida pra cidade
A vida só por maldade
Uma traquinagem fez
Agora vejam vocês
Com deu-se a ação
Seu dono na prestação
Apossou-se de um trator
Comprou moto, gerador
E sumiu com Lampião.

(Jessé Costa)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A Fantástica Estória do Dono de um Fusca

(censura: 18 anos)

Andei num fusca acabado
Que chamava Pouca-Tinta
De anos? Com mais de trinta!
Seus bancos tudo rasgado
O tanque no mêi furado
E sem ter lanterna atrás
Seu dono não lhe quis mais
Só pegava no empurrão
E eu comprei na prestação
Feliz com gosto de gás

Pr’os raparigais que ia
Lucrava do condenado
Mas seu motor já cansado
Fraquejava a bateria
Quando foi num belo dia
Que baixou-lhe um capeta
Com tranco, nem com chupeta
Pouca-Tinta num ligou
Desde lá não mais prestou
E eu fiquei só na punheta.

(Jessé Costa)

OBS.: Estória é uma narrativa de ficção; exposição romanceada de fatos puramente imaginários.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Assintoticamente Romântico

Essa sua timidez
Tua encabulação
É um dilema cortês
Com só uma solução
Os nossos lábios carentes
Tão assintoticamente
Nunca que se beijarão


O seu jeito de menina
Junto a sua criação
Diz que sem o casamento
Sem a nossa conjunção
Os nossos corpos ardentes
Tão assintoticamente
Nunca que se queimarão


Mas meu jeito Casanova
Don Juan cá do sertão
Vai te encher de desejo
De fazer fornicação
Vou te pôr efervescente
E assintoticamente
Vais estar em minha mão.

(Jessé Costa)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Congruência da Razão

Ele, uma letra grega importante
Preso num heráldico dicionário
Ela, um numeralzinho ordinário
Musa de cálculos irrelevantes
Deu-se um dia que um estudante
Quando testava uma prima equação
Pasmo, encontrando como solução
Mesmo depois que as contas refez
Via o TAU igualando-se ao seis
Pares numa congruente razão.
(Jessé Costa)

domingo, 8 de junho de 2008

Pescadora das Paixão

Coloquei todos os meus sentimentos
Numa garrafa velha e atarraxada
Arrolhei a bendita bem vedada
E joguei no mar do esquecimento
Não amar, era esse meu intento
Que fadou-se em ser um esforço em vão
Pois uma pescadora das paixão
Que achou minha garrafa boiando
Ao abri-la foi logo me ganhando
Me fisgou sem usar um só arpão

(Jessé Costa)

sábado, 7 de junho de 2008

Estrela Guia

Vivia a vida calado
Viver já era estressante
Já acordava abusado
Cum mundo era intratante
Tinha na face a feição
De quem chupou um limão
Pra manter todos distante

E foi sem jurisprudência
Que uma dama formosa
Minou minha resistência
E me deixou todo prosa
Com seu jeitinho rosado
Pintou meu peito caiado
Cantando e fazendo glosa

Se hoje escrevo rimado
É porque meu coração
Que outrora era blindado
Pra amorosidade, paixão
Agora bate corrido
Pulsando num sustenido
Que torna a vida canção

E é por essa razão
Que quando a mente vazia
Me esbarro c’a inspiração
Da faustosa estrela guia
Que brilha luzindo forte
Me indicando um norte
Pra escrever poesia!

(Jessé Costa)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ao Trio, com Esmero


Lhes falo de três cabras de primeira
Que no interior foram criados
Em Timbaúba foram educados
Numa escola que era de freiras
Cresceram cercado de brincadeiras
Saudáveis, livres de alienação
E se tornaram quase que irmãos
Amigos que se quer sempre por perto
São: o Jessé, o Filipe e o Roberto
Um trio repleto de arrudeiação


O menino Roberto é o mais calado
Porém também é o mais presepeiro
Com seu jeito moleque sorrateiro
É o grude que mantém o trio pregado
É menino raquítico e engraçado
Que tem por ponto forte seu bordão
Dar uns gritinhos que não há cristão
Que escutando não dê gargalhada
É a peça que na base foi colada
Sem ele o trio não tem sustentação


O menino Filipe Apolinário
É o grande puxador de converseiro
(Ôh cabra pra falar o tempo inteiro)
Bem podia ser pastor missionário
Mas ele não nasceu pra ser vigário
Pro mundo veio com outra missão
Tem gosto por derrubar boi no chão
E derrubar matutinhas na cama
Medroso que no desmantelo exclama
- Tá bom, mais do que isso num vou não!


Já o que risca forte essas rimas
Que se relembra dessa amizade
É o que tem na sua mocidade
Lembranças que lhe quebram a rotina
Do trio eu sou a puta messalina
O grande arranjador de confusão
O que mais precisava dos irmãos
Dos puxões de orelha e regulagem.
-Amigos, lhes carrego como imagem
Gravada fundo no meu coração!

(Jessé Costa)