DE QUE VALE RASGAR O SEU RETRATO
SE VOCÊ TÁ INTEIRA EM MINHA MENTE.
Passa o tempo, pulsando inevitável
E passando atropela o tal depois
Onde estava o sonho de nós dois
Esperando um cenário mais estável
Eu já sei que voltar não é viável
Que você não me vê no seu “a gente”
Mas meu cerne é tinhoso e displicente
E hoje mesmo sonhou-te em novo ato
DE QUE VALE RASGAR O SEU RETRATO
SE VOCÊ TÁ INTEIRA EM MINHA MENTE.
Quando chove, eu de noite em minha alcova
Sobre a cama o sono não me chega
Pois lembrando de tu, minha burrega,
Um cansaço não tem que me envolva
Não que a chuva te lembre, pois que chova,
É que o frio que ela trás, de envolvente,
Faz lembrar-me teu corpo tão ardente
Envolvendo meu corpo estupefato
DE QUE VALE RASGAR O SEU RETRATO
SE VOCÊ TÁ INTEIRA EM MINHA MENTE.
De que vale não ter mais a lembrança
De uma foto contendo o rosto teu
Se de noite no mundo de Morfeu
Tua face ainda me alcança
De que vale espancar a esperança
Se ela só vai morrer depois da gente
De que vale fingir estar contente
Se a tristeza perene em mim é fato
DE QUE VALE RASGAR O SEU RETRATO
SE VOCÊ TÁ INTEIRA EM MINHA MENTE.
Timbaúba, 24/01/2011.