Mote retirado do livro de Otacílio Batista “Os três irmãos Cantadores”:
Não tive amores, sonhei-os,
Mas possuí-los, não pude!
Eu escrevo e quem me lê
Vendo meu padecimento
Saboreia o vão tormento
Que aflige esse meu ser
Bem queria não querer
Mas querer é inquietude
Eu sofro na amplitude
Do querer desses meus veios
Não tive amores, sonhei-os,
Mas possuí-los, não pude!
Tudo isso começou
Já nos tempos do colégio
Quando o primo sortilégio
Do amor me encantou
Porém logo mais mostrou
Sua face vil que ilude
E nessa similitude
Lá se foram meus recreios.
Não tive amores, sonhei-os,
Mas possuí-los, não pude!
Da sofrida experiência
Escolado sofredor,
Desiludido no amor
Eu entrei na adolescência
Mas amar é minha essência
É minha magnitude,
E assim, na juventude
Como um caminhão sem freios
Não tive amores, sonhei-os,
Mas possuí-los, não pude!
Quando então fiquei adulto
Enfim fui correspondido
E num ato desmedido
Mergulhei no novo indulto
Mas este foi outro vulto
Que perdeu sua virtude
Me atirando num talude
Doutro sonho sem esteios
Não tive amores, sonhei-os,
Mas possuí-los, não pude
Hoje quem quer ter culhões
Pra ganhar de mim no amor
Tem que ser um portador
De ao menos dois corações:
Um só pras novas paixões
Que nos enchem de saúde,
Outro pro amor que ilude
Qual chupeta frente aos seios.
Não tive amores, sonhei-os,
Mas possuí-los, não pude!
Timbaúba, 12/01/2011.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
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