terça-feira, 19 de abril de 2011

Gente vil



Gente vil que vive imersa
Dentro do seu próprio umbigo
Fechando os olhos pra o resto
Que não vive em seu abrigo
E fica escandalizada
Quando passa na calçada
Onde repousa um mendigo!

Gente besta da mulesta
Que respira ostentação
Que nunca desce do salto
E seu pé não toca o chão
Gente da mente pequena
De você eu tenho é pena
Pobre nauta da ilusão!

Pois um dia de repente
Descobres que és infeliz
E de repente te sentes
Com a vida por um triz
Ao notar por um segundo
Qu’esse NOSSO imenso mundo
Vai além do seu nariz!

Ao notar que o mendigo
Que dormia na calçada
Pra você ter sua vida
Teve a dele usurpada
E que pra você ter tudo
Aquele velho barbudo
Nunca que teve foi nada!

Gente vil que vive imersa
No ouro, na prata e cobre
Ao notar ser infeliz
Buscaras pousar de nobre
Fazendo filantropia
Pra enriquecer um dia
Tua alma triste e pobre!

Timbaúba, 27/02/2011.

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