segunda-feira, 25 de abril de 2011

Na bodega da Saudade



Da bodega da Saudade
Era o mais comum freguês
Ali todo fim de tarde
Estava ele outra vez
Encostado no balcão
Bebendo recordação
E beliscando um talvez.

Nos trinta dias do mês
Era ali fiel cliente
E sempre imerso em mudez
Só falava o pertinente
Mas seu olhar acendia
Quando a Saudade o servia
Outra lembrança aguardente!

Chegava inteiro, impecável
E começava a beber
E depois de umas lembranças
Entornadas com sofrer
Definhava de um tanto
Que voltava ao seu recanto
Sem ninguém lhe conhecer.

Até quando um certo dia
Ele não apareceu
Ninguém viu, ninguém mais via
Simplesmente escafedeu
Não mas pisou na bodega
E por onde ele trafega
Ninguém nunca esclareceu.

Mas se fala na cidade
Qu’ele hoje vive ausente
Da bodega da Saudade
Por um motivo expoente:
Dizem qu’ele hoje dança
No cabaré da esperança
De um dia amar novamente!

João Pessoa, 25/04/2011.

2 comentários:

Unknown disse...

...Poeta minino Jessé...


....obrigada pelo poema inspirador....

...hoje ele é um presente...
Abraço

Unknown disse...

Achei seeu blog assim sem querer e curti!
Bacana o poema.

Adriana