quinta-feira, 26 de maio de 2011

Samboque do sonho


Quando o igual do dia-a-dia estiver te levando pra um situação tão banal quanto ver gente morta no jornal do meio-dia; quando a mesmice do “tudo igual” mostrar-se sanada e restabelecida e a pereba do sonho já não te proporcionar aquela coceirinha boa; quando todo o esforço do mundo parecer pouco e o futuro aparecer sorrindo da sua incapacidade de alterá-lo; quando o “é agora!” tiver seu lugar tomado pelo “e agora?”; quando qualquer tanto servir de encanto, mas o pranto cair por todo canto; enfim, quando o mundo alcançar o objetivo de podar a sua força:

Da pereba do seu sonho
Na unha tire o samboque
Não deixe o sonho curar-se
O mantenha sempre em choque
Que o sonho é todo o estoque
Da coceira que incomoda
Essa vida que acomoda
Por isso não se enfade
E coce bem à vontade
Que sonhar é mesmo foda!

João Pessoa, 26/05/2011.

Um comentário:

Ingrid Rique disse...

Belos poemas e muita inspiração. Parabéns pela sua poesia!