sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A galega do banheiro

Um causo malamanhadamente verídico. Bem dizer, pura safadeza de quem garantir que é verdade.

Mas é aquela coisa... foi fulaninho que me disse que disseram a ele e eu vou dizer pra vocês aqui, mas que fique só entre nós:






Coisas do “malassombrado”
Se inventam todo dia,
Lá na Moura também tem...
(E porque que não teria?)
Afinal em toda prole
Tem um cabra besta e mole
Que tem medo, é “chêi” de trauma
E da sua própria sombra
Toma um susto, se assombra
E diz que viu uma alma!

Pois na Moura tem a tal
Da galega do banheiro
Que assombra todo o qual
Que de noite, em seu terreiro,
Vai aliviar seu pino
Da bexiga e intestino
Dando aquela barrigada
Quando então o vulto alado
Aparece assim do lado
Assombrando o camarada!

Imagine só a cena:
Lá de noite, no banheiro,
Tá o cabra “aperreado”
Vem do nada um nevoeiro
Donde surge uma galega
Que, de branco, se achega
Assustando esse coitado
Que foi fazer o “serviço”
E ao ver o rebuliço
Sai correndo “serviçado!”

Pela fábrica, correndo,
Vai o cabra sem a veste
“Valei-me meu Padim Ciço,
Me proteja dessa peste!”
E o povo trabalhando
Para e fica admirando,
Cada um mais assombrado
Da galega do banheiro
Que fez outro companheiro
Se desembestar obrado!

É demais um troço desses
Dá trabalho acreditar
Mas tem gente que garante
Que ouviu ela chamar
Outro diz, achando pouco,
Que quem vê termina louco
Que o juízo se arrasa
E na dúvida eu escolho
Por no fundo um bom ferrolho
E só liberar em casa!

Não qu’eu tenha medo ou nada
Qu’eu não temo torniquete
É porque s’eu pego ela
Ia ser tanto cacete
Que depois vai que me venha
Uma Maria da Penha
Cheia de “queré-quequer”
Com “dizido” de cadeia
Só porque “desci-la” peia
Numa assombração mulher!

Belo Jardim, 02/09/2011.

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