terça-feira, 21 de abril de 2009

Amarração

(Pois na briga do mar com a praia, quem se lasca é o caranguejo)

Tempo traz tempo e chuva traz vento;
Tudo na vida quer tempo e medida;
Antes cautela que arrependimento;
Coisa cedida, ou tá podre ou moída.

Primeira pancada é que mata a cobra,
Aconselha a raposa e morre a galinha,
Banana madura não fica no cacho,
Agulha sem fundo não arrasta linha.

De boa intenção o inferno está cheio,
No ano inteiro enriquece o banqueiro,
Asno que tem fome a manjedoura come,
Já dos descuidados comem os rendeiros.

Tolo é o cão que acha osso e não rói;
Contra esperteza, esperteza e meia;
Cave o poço antes de sentir sede
E só divida a esposa alheia.

Irmão de barqueiro não paga a passagem,
Visita e pescada em três dias enfada,
O Leite da vaca não mata o bezerro,
Cajueiro doce é que leva pedrada.

Bem mais vale sê-lo do que parecê-lo,
Mais vale ter graça que ser engraçado,
Janelas fechadas são olhos de cego
E livros fechados não fazem letrados.

Formiga e babão tem em todo lugar,
Na necessidade se prova a amizade ,
Na seda mais fina é que a mancha se apega,
Nem toda mentira acoberta a verdade.

Melhor ser fanhoso a não ter o nariz,
Nunca se esqueça de desconfiar,
O carro não anda adiante dos bois
E o jogo só finda ao juiz apitar!

João Pessoa, 21/04/2009.

Um comentário:

welma disse...

verdadeiras [coisas]condicionais